| Mato, lixo e pichação . |
Quem trafega pela GO-338, entre Pirenópolis e Planalmira, depois que passa o posto da Polícia Rodoviária Estadual é surpreendido em uma curva com placas de 60 km. E o pior é que lá sempre está um veículo do Detran de Goiás com radares móveis, prontos para multar os motoristas.
Esse fato não mereceria atenção, caso a baixíssima velocidade tivesse razão de ser e o motorista fosse avisado com razoável antecedência. O sujeito está a 110 km/h (se não há limites, essa é a velocidade máxima permitida) e tem que frear abruptamente para não ser multado.
E o pior de tudo isso é que não há uma razão lógica para se transitar a 60 km/h naquele trecho. Não se trata de zona urbana, ainda não se chegou ao trevo e nem há travessia de pedestres no local. Cadê o estudo técnico para comprovar a necessidade dessas placas de sinalização?
A respeito, republico interessante artigo publicado no jornal Folha de Londrina:
"O poder público não pode instalar equipamentos de fiscalização eletrônica de trânsito nas cidades antes de um estudo técnico que comprove essa necessidade. O fundamento da nova ordem é que o motorista deve ser informado sempre que existirem os pardais, e a cobrança de multa só terá validade onde houver a sinalização indicativa na rua. Com efeito, esse equipamento não pode converter-se num captador de multas e sim prevenir o condutor de veículo, de forma a evitar acidentes. Assim, contempla-se a segurança dos cidadãos ao invés do propósito de arrecadação.
O próprio ministro das Cidades faz menção às queixas dos motoristas sobre a indústria de multas, daí a determinação agora baixada, que inibe a eventualidade de esse abuso oficial ocorrer - e quanto a isto há forte indicativo de que ocorra, porque as reclamações são generalizadas, em todas as cidades, a ponto de preocupar o Ministério das Cidades. Mais que isto, a medida impõe um freio na predisposição do poder público para instalar pardais a torto e a direito, quando um bom sistema de sinalização seria suficiente. O ministro Márcio Fortes vai direto ao ponto ao declarar que o objetivo é ''reprimir a ocorrência de infrações'', por meio da inibição que os mecanismos preventivos criam, e não instalá-los como armadilhas para multar infratores. O Ministério informa que está investindo em campanhas educativas do trânsito e demonstra que, se o condutor deve ser conscientizado, também os órgãos públicos pertinentes precisam fazer a sua parte. E essa parte é fundamental, porque se o motorista comete infrações, o sistema regulador do trânsito não tem ficado atrás em negligências." (Editorial. Boas normas do Contran para poder público. Folha de Londrina. Paraná. 26 set. 2006.)
No caso de Pirenópolis, há o claro indicativo de que se deseja surpreender o motorista, pois a primeira placa de abrupta redução de velocidade aparece de surpresa no final de uma curva e está escondida pelo mato. Cadê o caráter educativo? Por que o motorista tem que trafegar tão lentamente onde só há matagal?
É preciso que a população pirenopolina provoque uma discussão sobre a sinalização de trânsito no entorno da cidade. Através do debate pode-se chegar a ações justas e eficientes.
| A primeira placa de redução de velocidade na saída da curva, escondida pelo mato |
Esse fato não mereceria atenção, caso a baixíssima velocidade tivesse razão de ser e o motorista fosse avisado com razoável antecedência. O sujeito está a 110 km/h (se não há limites, essa é a velocidade máxima permitida) e tem que frear abruptamente para não ser multado.
| Logo após a curva, lá está a placa de 60km/h |
E o pior de tudo isso é que não há uma razão lógica para se transitar a 60 km/h naquele trecho. Não se trata de zona urbana, ainda não se chegou ao trevo e nem há travessia de pedestres no local. Cadê o estudo técnico para comprovar a necessidade dessas placas de sinalização?
| Mato e pasto dos dois lados |
A respeito, republico interessante artigo publicado no jornal Folha de Londrina:
"O poder público não pode instalar equipamentos de fiscalização eletrônica de trânsito nas cidades antes de um estudo técnico que comprove essa necessidade. O fundamento da nova ordem é que o motorista deve ser informado sempre que existirem os pardais, e a cobrança de multa só terá validade onde houver a sinalização indicativa na rua. Com efeito, esse equipamento não pode converter-se num captador de multas e sim prevenir o condutor de veículo, de forma a evitar acidentes. Assim, contempla-se a segurança dos cidadãos ao invés do propósito de arrecadação.
O próprio ministro das Cidades faz menção às queixas dos motoristas sobre a indústria de multas, daí a determinação agora baixada, que inibe a eventualidade de esse abuso oficial ocorrer - e quanto a isto há forte indicativo de que ocorra, porque as reclamações são generalizadas, em todas as cidades, a ponto de preocupar o Ministério das Cidades. Mais que isto, a medida impõe um freio na predisposição do poder público para instalar pardais a torto e a direito, quando um bom sistema de sinalização seria suficiente. O ministro Márcio Fortes vai direto ao ponto ao declarar que o objetivo é ''reprimir a ocorrência de infrações'', por meio da inibição que os mecanismos preventivos criam, e não instalá-los como armadilhas para multar infratores. O Ministério informa que está investindo em campanhas educativas do trânsito e demonstra que, se o condutor deve ser conscientizado, também os órgãos públicos pertinentes precisam fazer a sua parte. E essa parte é fundamental, porque se o motorista comete infrações, o sistema regulador do trânsito não tem ficado atrás em negligências." (Editorial. Boas normas do Contran para poder público. Folha de Londrina. Paraná. 26 set. 2006.)
| Zona rural sem travessia de pedestres |
No caso de Pirenópolis, há o claro indicativo de que se deseja surpreender o motorista, pois a primeira placa de abrupta redução de velocidade aparece de surpresa no final de uma curva e está escondida pelo mato. Cadê o caráter educativo? Por que o motorista tem que trafegar tão lentamente onde só há matagal?
É preciso que a população pirenopolina provoque uma discussão sobre a sinalização de trânsito no entorno da cidade. Através do debate pode-se chegar a ações justas e eficientes.
Adriano César Curado
| Carros surgem na curva e são surpreendidos |
| Placas dentro do mato |
Eu já levei uma multa nesse lugar justamente porque não deu tempo de parar. Quando a gente sai da curva já dá de cara com o pardal. Isso é ruim para Pirenópolis. Uma pegadinha de mal gosto que pune sem educar.
ResponderExcluirSua postagem é perfeita, como sempre.
É não tem mesmo sentido a aplicação de multa num lugar daquele. Eu já passei por lá várias vezes e não vi realmente o porquê das placas de sinalização.
ResponderExcluirAdriano, é disso que gosto no seu blog, você abrange de tudo um pouco.
É mesmo um absurdo colocarem esses radares depois da curva só para multar os motoristas. Já faz tempo que a mentalidade dos agentes de trânsito deveria ter mudado. Corajosa sua postagem, meus parabéns.
ResponderExcluirMuito triste ver o Estado jogando contra os cidadãos que deveria proteger e orientar. Dizem que o maior infrator das leis é o próprio Estado e isso está corretíssimo. Esta sua postagem bem sintetiza o problema. Em vez de os gestores públicos cuidarem da melhoria das condições de trânsito, agem no intuito de arrecadar cada vez mais. Parabéns pela singular postagem.
ResponderExcluirEssa falta de critérios infelizmente atinge a administração pública como um todo. É o estado constituído que pouco se importa com o povo, sua prioridade é outra, esquecendo-se dos preceitos da Constituição Federal.
ResponderExcluirEu não concordo com multas, acho-as pornográficas. Mas se elas existem, então que pelo menos haja um motivo para aplicá-las e uma pré-campanha de conscientização. Do contrário, não vivemos em um Estado Democrático de Direito.
ResponderExcluirAbsurdo dos absurdos. E ninguém faz nada?!
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