Dá uma dó muito grande ver o velho casarão do Pompeu Christovam de Pina fechado para visitação. É que ali funcionou por muitos anos um museu da família. O próprio Pompeu conduzia o visitante pelas muitas salas da casa e contava histórias (e também estórias) das peças ali expostas.
Com a sua morte, os bens ainda estão em processo de inventário. Mas enquanto não se define quem herdará o valioso imóvel, fica o museu trancado, sem alguém com tempo e disposição para cuidar dele.
A alegria somente reaparece no lugar quando ali tem ensaio ou apresentação da Banda de Música Fênix. Nessas ocasiões, as portas e janelas se abrem, o ambiente se ilumina e a harmonia musical preenche todos os espaços vagos. Ocorre que essa alegria também está com os dias contados. É que a centenária corporação musical não tarda a desocupar os cômodos que ali ocupa. Por conta de uma lei municipal, a banda agora tem sede própria (no antigo mercado) e em breve vai embora.
Vale ressaltar aqui o valor histórico do casarão. Ali foi residência do Comendador Joaquim Alves de Oliveira e funcionou a gráfica que editava o jornal A Matutina Meiapontense, primeiro do Centro-Oeste. Também o Colégio da Imaculada Conceição (1911 a 1926) teve aulas no lugar. Depois foi repartição pública - o Fórum de Pirenópolis realizava os atos judiciais nesse prédio.
O terreno é imenso. Certamente o maior particular no Centro Histórico de Pirenópolis. Mas a casa está dividida ao meio por ordem judicial. Uma parte pertence, como dissemos, aos herdeiros de Pompeu de Pina e a outra aos herdeiros de Luiz Curado - esta última, inclusive, está à venda.
Espero que logo se resolva a situação jurídica do antigo casarão e que ele volte a fazer parte da vida cultural de Pirenópolis. Faz falta vê-lo em plena atividade com seus fantasmas e suas lendas que povoam o imaginário popular.
Adriano Curado
À época do colégio |
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