Qual
o sentido da vida? Hoje estamos aqui mas amanhã não mais estaremos.
E o que restará de nós depois da partida? Será que seremos
lembrados por quanto tempo ainda?
E
é com base nessas perguntas que eu constantemente me indago se
faço a coisa certa, se não desperdiço tempo com futilidades,
inutilidades, vaidades sem propósito. Porque o tempo é algo que não
volta nunca mais, ser efêmero a se esvair com muita rapidez.
Há
tantos projetos de vida que eu paralisei na espera de dias melhores!
Mas esses dias talvez nem cheguem. Pode ser que tudo isso seja uma
ilusão muito grande e eu descubra nos instantes derradeiros o quanto
fui tolo. Perdido neste emaranhado de teias tecidas por meus próprios
medos e vacilos, sigo amoitado neste labirinto do fauno, ou será do
minotauro?
Por
isso quero mais é me livrar das amarras e peso morto que seguram
rente ao solo o balão da existência. E então vou abrir o bocal do
gás e me elevar a alturas infinitas, onde eu possa ver o horizonte
na amplitude do infinito. Vou deixar este balão seguir à deriva por
quanto tempo o gás e o vento permitirem.
Quando
finalmente não tiver mais fôlego para me equilibrar nas alturas,
que eu desça em qualquer lugar e ali assente moradia. Serei um
nômade por este mundão de meu Deus. Serei um ser livre. Pela
primeira vez, serei eu mesmo.
Adriano
Curado
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