Passei a semana pensativo quanto à repercussão dos problemas que a virada do ano trouxe à cidade de Pirenópolis. Recebi muitos e-mails que reclamavam quase sempre dos mesmos fatos – pessoas estranhas e em atitudes inconvenientes, trânsito de difícil locomoção etc.
Mas nenhum assunto me tocou mais que o depoimento da senhora Rebeca, postado como comentário da matéria publicada dia 3.1.2011, onde ele narra um fato assustador que a envolveu e à sua família. Disse que seu marido foi cercado por uns “turistas” bagunceiros e quase apanhou porque a defendeu. Esse tipo de ocorrência assusta quem, como nós, quer melhorar um pouco a cidade de Pirenópolis. Será que esse é o futuro que nos aguarda?
Eu me lembro de uma época não muito distante (no máximo 10 anos atrás), quando grandes grupos fretavam ônibus sucateados, na maioria das vezes provenientes das cidades satélites de Brasília, e desciam em grande algazarra por Pirenópolis. Traziam a quinquilharia completa: colchão, panela de pressão, bebida, comida etc. Acampavam em lugares públicos e não eram raros acontecimentos desagradáveis, como o que se deu com a senhora Rebeca.
A situação somente foi controlada quando o (à época) major Moisés Mendonça foi designado para comandar o efetivo da Polícia Militar em Pirenópolis. Militar sábio e com vontade de trabalhar, reuniu-se com os vários seguimentos sociais da cidade, inclusive com a Polícia Civil, a prefeitura municipal, o Poder Judiciário, o Ministério Público etc. Devido aos seus esforços, em Pirenópolis foi criada a 18ª Companhia da Polícia Militar (CIPM), com aumento significativo do efetivo, aquisição de viaturas e sede própria (localizada no Alto do Bonfim, erguida pelo empenho de Mendonça).
Mendonça exterminou o som automotivo da cidade, pôs fim à farra dos farofeiros e conseguiu derrubar os índices de criminalidade em Pirenópolis. Fez tudo isso com estrita observância da legalidade e dos costumes. O resultado foi que o lugar não era mais atrativo para farofeiros, então foram para outras paragens. Depois que o hoje tenente-coronel Mendonça foi embora de Pirenópolis, o fruto de seus esforços continuou a ser colhido por bastante tempo.
Quando leio essas reclamações sobre minha cidade, preocupa-me que estejamos no princípio dum retrocesso. Diante da realidade de tanta gente envolvida com o turismo, sustentador direto ou indireto de várias famílias, acontecimentos quais os verificados no réveillon assustam bastante. Sei que não podemos proibir ninguém de vir a Pirenópolis, pois todos têm o constitucional direito de ir e vir, mas podemos, e devemos, fiscalizar seu comportamento.
Trago algumas soluções a curto prazo. Proibir acampamentos em área pública, multar e apreender os carros com abuso de som automotivo e responsabilizar o proprietário do imóvel pelos excessos de seus inquilinos são soluções que podem ser adotadas para o Carnaval. Mas isso, obviamente, é apenas um paliativo, pois nossa cidade necessita urgente de planos a médio e longo prazo. Precisa ser repensada. Mauro Cruz sugeriu aos pirenopolinos “participarem mais efetivamente da gestão pública, indo às reuniões dos conselhos, audiências, denunciando irregularidades no Ministério Público, cobrando de vereadores e funcionários públicos” (veja a íntegra do comentário na matéria do dia 3.1.2011). São sugestões interessantes.
A minha pergunta é: que Pirenópolis teremos amanhã?
by Adriano César Curado
Eu me lembro bem quando a Polícia Militar em Pirenópolis não passava dum pequeno grupamento. A unidade não tinha sede própria e funcionava no prédio da Casa de Câmara e Cadeia, com umas celas horríveis. Ao lado ficava a delegacia de polícia. A 18ª Cia desfruta atualmente duma ampla instalação em lugar estrategicamente bem situado. A parte ruim é que, quando a Polícia Militar se mudou para o prédio novo, demoliram o cunjunto de celas que havia no antigo prédio da Casa de Câmara e Cadeia, que virou o patético Museu do Divino, e Pirenópolis até hoje não tem onde colocar seu presos. Será que a ausência de cadeia não estimula a criminalidade?
ResponderExcluirRealmente não tem como selecionar visitantes para Pirenópolis, mas tem como evitar certos grupos. Sinto-me imcapaz e covarde ao ver pessoas estranhas, sem educação e compostura, usando a cidade pra fazer o que estão afim. E nós, pirenopolinos, não conseguimos fazer nada para que isso seja evitado de certa forma. O melhor a fazer é nos juntarmos e desenvolver meios para que isso seja evitado o mais rápido possível, pois o carnaval está chegando e a situação não é tão diferente da que acabamos de presencear.
ResponderExcluirOnde o poder público deixa de atuar, alguém toma o seu lugar. Assim foi nas favelas do Rio de Janeiro, e se não se ressuscitar a mentalidade do Major Mendonça, Pirenópolis pode estar caminhando para um triste rumo sem volta...Luís Eduardo
ResponderExcluirPrecisamos da atuação da sociedade civil na participação direta na gestão pública (a chamada “participação popular”). Isso, como uma ação coletiva socialmente construída para o debate politico e público.
ResponderExcluirClaro que sem querer desconsiderar ou minimizar a importância dos aspectos políticoinstitucionais
que afinal de contas( e o voto é obrigatório) o povo de Pirenópolis elegeu prefeito e os 09 vereadores nas eleições de 2008.Em vista disto, o termo: “participação popular” é marcada e que não pode ser desconsiderada em hipótese nenhuma.
Em vista disso, o debate consolida a forma democrática. Reduzindo os problemas institucionais a uma perspectiva que privilegia o povo e limita a reconstrução institucional às decisões das elites políticas locais que pelos comentários; são ineficientes.
Senhor Prefeito, cadê a Guarda Municipal?
Eu sou uma pessimista em relação a Pirenópolis. Nâo acredito que vá melhorar em nada e nem que conseguirão controlar os turistas. E sabe o motivo de meu pessimismo? É que o próprio pirenopolino dá o mal exemplo aos turistas. Só para se ter um exemplo prático, veja na praça central que a maioria dos carros com som automotivo são de jovens da cidade. Se duvidam de mim, é só dar um pulinho lá sábado ou domingo a tarde para constatar. Então, se os filhos da terra não respeitam os casarões históricos ou o sossego dos moradores, por que o turista respeitará?
ResponderExcluirPaulinha paulalima07@hotmail.com
Eu ainda acredito que Pirenópolis vá melhor e se tornar um lugar melhor para viver. Tenho que acreditar, pois moro aqui e quero criar meus filhos neste lugar. Vanessa Lira
ResponderExcluirTambém não acredito que Pirenópolis vai ficar melhor. As coisas estão cada vez mais sombrias, é uma triste realidade a de que logo logo teremos de abandonar a cidade nos feriadões, como acontece em outras cidades. Kamylla Rackelly da Silva.
ResponderExcluirQue é difícil solucionar esse tipo de problema, eu sei que é, mas não é impossível.
ResponderExcluirPara selecionar o turista, reduzir ou até mesmo acabar com o festival de som automotivo, controlar o lixo, as arruaças, os malfeitos praticados na cidade nos fins de semana e nos feriados por forasteiros ou até mesmo pelos pirenopolinos, como foi dito acima, basta ter vontade política, mas o que presenciamos, sem dúvida, é desleixo por parte dos governantes. Eles não fazem porque não querem, e não querem porque não cuidam do interesse público.
Cabe a nós cobrar soluções.
Fechar os olhos ou agir? Eis a questão.
Fiquei muito feliz por ter sido lembrado pela minha passagem por Pirenópolis. Mais uma vez agradeço pela deferência. Temos que continuar acreditando e contribuindo para dias melhores para a nossa querida Pirenópolis. Como gosto das pessoas e das coisas de Pirenópolis. Santas saudades que sinto do tempo que tive o prazer de servir aquela comunidade que me acolheu.coronel Mendonça
ResponderExcluirPIRENÓPOLIS TEM QUE CONTINUAR SENDO A CIDADE PACATA E TRANQUILA DO INTERIOR. ESSA LINDA CIDADE TEM QUE SER PRESERVADA.
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