sexta-feira, 3 de abril de 2020

Coronavírus - a cidade tenta se proteger

Desde que se anunciou que o mundo estava diante de uma pandemia, nossa rotina não foi mais a mesma. Somos forçados a ficar em casa, em detrimento de nossa vida profissional, social e cultural. É um isolamento forçado que mexe com nossos nervos e nossa paciência, embora saibamos ser necessário. Há países onde mil pessoas morrem por dia - isso mesmo, mil - numa escala de contaminação nunca vista na história humana.

No caso de Pirenópolis, a administração municipal, ainda inexperiente nesses assuntos, faz o que pode e o que não pode para tentar blindar a cidade. Embora contaminado pelo vício da ilegalidade, um decreto municipal limitou o acesso à cidade apenas aos moradores locais, o que extrapola o direito de ir e vir e os poderes do gestor municipal. Mas como o Ministério Público, que é o órgão fiscalizador da aplicação da legalidade, quedou-se silente, a medida ainda vigora. Só que essa contenção de visitantes era feita apenas durante o dia, então os espertos aproveitaram a solitária noite para adentrar pelo portal principal. Ao descobrir isso, a administração passou a fiscalizar o entra e sai durante 24 horas, o que se mostrou mais efetivo. Ainda assim há três casos suspeitos em Pirenópolis.

Meio sem saber como criar um isolamento eficaz, a administração mais uma vez resolveu agir e fechou as demais entradas, deixando apenas o portal. Isso facilitou o monitoramento, pois passou-se a necessitar de uma equipe menor. Só que o que está ruim pode piorar. E em outro ato inconstitucional, foi determinado pelo gestor municipal (isso mesmo, o prefeito) que se fechasse completamente a GO 431 (rodovia estadual), colocando-se manilhas no meio do asfalto, Outra vez silente, o Ministério Público é um personagem que ainda não entrou nessa história. E qual o consequência dessa ação? É que quem vem, por exemplo, de uma das fazendas da região, ou mesmo de um dos bairros além do bloqueio, se quiser ir a Pirenópolis agora necessita dar a volta por Anápolis. Pode isso?


Uma boa iniciativa foi a aquisição de termômetros corporais para ver se o transeunte tem febre ou não, além da obrigatoriedade de preenchimento de um formulário. Isso está correto e pode ser eficaz. Igualmente louvável foi a criação de um número via WhatsApp para denúncias de ocorrências que violem o isolamento social, conforme já noticiado aqui neste blogue.

O que pesa contra a sorte dos pirenopolinos é a carência hospitalar, falha que já deveria ter sido suprida há muitas décadas e que não pode ser creditada à atual administração. O Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime conta com apenas 34 leitos (muito ocupados por outras doenças) e nenum de UTI (unidade de tratamento intensivo). Um vergonha para um município tão antigo e famoso quanto o nosso, que recebe milhares de turistas. Se ocorrer algum caso grave do novo coronavírus, o infectado deve ser encaminhado, através de regulação, para o Hospital de Campanha para o Enfrentamento ao Coronavírus em Goiânia. A boa notícia é que há sete respiradores disponíveis e a secretaria municipal de Saúde adquiriu 33 mil máscaras.

Na outra vertente do problema, deve-se ressaltar os estragos econômicos que o coronavírus já causa em nossa cidade. Os alugueis aqui são caros, os custos de manutenção também, e muito tempo sem receber turistas pode levar ao colapso a economia local, infelizmente.

E é assim, aos trancos e barrancos, que Pirenópolis tenta passar da melhor forma possível pela terrível pandemia.

Adriano Curado



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