domingo, 30 de dezembro de 2018

10

10

9

9

8

8

7

7

6

6

5

5

4

4

3

3

2

2

1

1

sábado, 15 de dezembro de 2018

Os presépios do passado


Antigamente em quase todos os lares pirenopolinos havia um presépio. E toda noite um grupo de pessoas se reunia ali para rezar o terço e cantar músicas natalinas.

Tinha presépios famosos na cidade. Sinhá de Félix Jayme, Sinhazinha de Luiz Augusto Curado, Lalá do Mestre Propício. Famosíssimos os da casa de Chico de Sá e Cristóvão de Oliveira. O presépio de Odilon de Pina se destacava porque tinha um mojolinho que jogava água pelo calabouço.

E havia os presépios das pessoas pobres, que não podiam comprar muitos personagens. Um exemplo é Luzia, mãe do professor Ermano da Conceição. Ela só tinha o Menino Jesus, a Virgem Maria e São José. Então semeava arroz e enchia os lugares vagos. Também espalhava frutas para vender e com o dinheiro comprar azeite para os candeeiros. Eles iluminavam o presépio de 25 de dezembro a seis de janeiro, quando se desmancha presépio.

Mais recentemente havia o famoso presépio do Ico, que ocupava uma sala inteira da casa.

Esse da foto é do presépio aqui de casa. Foi comprado nos anos 1950 na loja do meu tio-avô Luiz Curado. É simples mas continua sendo armado há mais de sessenta anos sem nunca falhar.


Adriano Curado

sábado, 17 de novembro de 2018

O pé rapado


No século XVIII, à frente das igrejas e de algumas residências e comércios existia esse objeto pra "rapar" o barro das botas. Era para não sujar o luar onde iria entrar. Mas quem trazia barro nos pés vinha das fazendas, andava à pé e até descalço, o mais pobre. Os ricos iam à missa ou à cidade a cavalo, de charrete ou até de liteiras. Daí surgiu a expressão "pé rapado", para rotular quem era pobre. 

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Exposição de Grafismo


A artista plástica Rossana Jardim fará uma exposição de sua obra em Pirenópolis. O título é Cicloramas Grafismo Art Déco Goiânia.

Será na sede do IPHAN.

Projeto Música de Primavera


Dentro do Projeto Música de Primavera, na Segunda, hoje tem a participação de Chico Filho e convidados.

É hoje, às 20 horas, na Rua do Carmo, próximo ao colégio municipal, Alto do Carmo. Sede da COEPI.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Semana Cultural de Pirenópolis

Uma semana de muitas atividades culturais acontece em Pirenópolis, no período de 06 a 11 de novembro de 2018. Serão várias atividades literárias e musicais nas escolas públicas municipais, na Creche Aldeia da Paz, APAE de Pirenópolis, Cine Pireneus e Arena das Cavalhadas.

16 Autores farão parte do Projeto Itinerância Literária de Pirenópolis. Os livros desses autores, distribuídos desde setembro passado, já estão sendo trabalhados nas referidas instituições com o objetivo de aproximar as novas gerações ao mundo do livro, leitura e literatura. Viva o livro e a leitura!

O projeto Itinerância Literária promove o livro e a leitura em 15 instituições de ensino na cidade de Pirenópolis, incluindo as escolas do campo. Ao todo serão 29 encontros dos autores com leitores! Com a 10ª edição, o projeto já soma uma doação de mais de 10 mil livros para as bibliotecas escolares.

 Nesta terça (06/11) as autoras Rose Costa e Hozana Costa apresentarão o espetáculo Três Histórias, no Cine Pireneus, às 19h. O espetáculo lança mão da ludicidade para abordar temas importantes como diversidade, amizade, superação, relacionamento familiar, respeito, brincadeiras, ciclo de vida... proporcionando sensibilização e reflexão. São três histórias, três linguagens e possibilidades infinitas de estabelecer e ampliar o diálogo sobre a importância da leitura e os valores que ela agrega na vida de cada um.

Quarta , às 19h, no Cine Pireneus, haverá uma Ciranda de Histórias, com vários autores , seguida de bate-papo sobre o tema histórias e com dicas de teatro pela autora e atriz Liduína Bartholo.

Reservamos para a quinta-feira, às 19h, também no Cinema, o grande sarau realizado pela Academia Pirenopolina de Artes Letras e Música – APLAM, com momentos inesquecíveis e que reafirmam a expressividade e pluralidade cultural de nossa querida Pirenópolis.

Do dia 9 a 11 de novembro, no campo das Cavalhadas, acontecerá o Festival de Música de Pirenópolis com a finalidade de revelar novos talentos. As inscrições e mais informações podem ser fornecidas pelo telefone da Secretaria de Cultura (62-3331 3763), ou pelo site: www.pirenopolis.go.gov.br/ficha-de-inscricao-piri-music-festival.


O Instituto Cultural Casa de Autores, juntamente com a Prefeitura de Pirenópolis, por meio da Secretaria de Educação e a Academia Pirenopolina de Artes Letras e música conta com a presença de toda a comunidade local. As ações dessa Semana Cultural são voltadas para todo o público, desde estudantes da rede pública de ensino a professores, comunidade local e amantes da cultura.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

As candeias


Vou me manifestar como poeta e fazer constar meu protesto nos anais da inspiração. Não deveriam trocar a cor dos vidros das candeias. A coloração branca é fria, insossa, insípida e vazia de conteúdo. Já o dourado é romântico e sedutor qual a musa das noites lascívias que inspiram os menestréis madrugadas afora. Por tudo isso suplica o poeta combalido para que não privem as calçadas pirenopolinas do ouro desmaiado que exala da luz dourada de outros tempos. Façam isso e ele se dispõe a catar voluntariamente os cacos de poesia que se espalharem pelo chão.

Adriano Curado

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Novo preço corrida motoboy


Atenção que o preço da corrida de motoboy em Pirenópolis subiu. A nova tabela está assim definida:

7 reais para qualquer localidade dentro da cidade 
8 reais para o Residencial Luciano Peixoto

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O adeus a Luiz do Louro

Foto: Alencar Camargo de Oliveira

É difícil acreditar no falecimento de Luiz do Louro, porque olho para a rua e o vejo surgindo ali detrás da Matriz, chapéu branco na cabeça, andar cambaleante e sorriso farto. Desde jovem sempre andou com um cajado na mão e dizia que era muito idoso.

Luiz foi por muito anos um "salveiro", ou seja, aquele que soltava fogos e acionava os tocos da ronqueira, por ocasião da Festa do Divino. Certa ocasião, me lembro como se fosse hoje, houve um concorrido Reinado na Vila Matutina e um respeitável time de fotógrafos se posicionou para esperar que os festeiros saíssem de casa. O que eles não observaram é que estavam bem próximos das girândolas. Luiz olhou divertido para aquela cena, já antevendo o que ocorreria, e quando chegou o momento, sem cerimônia alguma, ateou fogo no pavio e o foguetório começou. Foi fotógrafo saindo em disparada para todo lado, pânico nos olhos, sem compreender direito o que havia acontecido.

Esse tipo de gente faz falta para nossa história. A Luiz do Louro as homenagens deste site.

Adriano Curado

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

O velho fogão




Fogão velho da roça, desses de cimento queimado, encerado de vermelho, da comidinha caseira feita na banha de porco e temperada com alho socado. Ali o feijão borbulha noite inteirinha num caldeirão de ferro e no outro dia tem caldo encorpado e gostoso. Ali a carne de lata se desmancha e colore o arroz soltinho.

No forno do fogão a lenha já está assada a broa de milho, e enquanto o café escalda no coador de pano, já tem meninada em volta da mesa, cotovelos na toalha xadrez e olhares de infância feliz.

No rabo desse velho fogão, já se sentaram muitas gerações de prosadores, conversa que fluía macia, a lembrança acordada pela aguardente do engenho logo ali à frente.

Em dia de festa, espalham-se doces coloridos pelo fogão, queijo fresco do leite das curraleiras paridas, requeijão trabalhado por muitos braços, bolo de fubá fresquinho. Mas em ocasião de luto, rondam por ali homens sisudos, que fumam cigarros de palha e conversam em surdina, mulheres circunspectas e vestidas com discrição.

Passam-se as gerações e o fogão continua lá na cozinha. Vez em quando uma reforminha boba, um reboco acolá, uma nova demão de cera. Nada que comprometa a obra de arte. E em torno dele ficam as recordações das tantas gentes que estiveram ali e já não estão mais.

Adriano Curado

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

O Córrego Pratinha secou!

Foto: Carla Adriana

Numa reportagem bem feita e também assustadora, os repórteres Carla Adriana, Igor Cobelo Ferreira e Pedro Sicari, do site Pirenópolis online, denunciam o estado deplorável que se encontra o histórico Córrego Pratinha. 

Após uma caminhada pelo leito seco, em dois dias descobriram mangueiras drenando a água, animais assoreando as nascentes, desmatamento em área de preservação permanente e por aí vai.

O material todo gerou uma extensa reportagem e foi entregue ao Secretário do Meio Ambiente e ao Ministério Público, que prometeram providências.

É por conta de descasos assim que a qualidade de vida do pirenopolino está cada vez pior.

Leiam a matéria completa no site:



quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Tem filme no Cine Pireneus


Quarta-feira é dia de Cineclube Pireneus!
Nesta semana teremos uma hilária comédia brasileira!
Venha prestigiar o filme "Quincas Berro D'agua", baseado na obra de Jorge Amado!
Longa-metragem dirigido por Sérgio Machado, de 2010, uma historia imperdível!

Será dia 29 de agosto, às 20 horas!
Entrada sempre gratuita.

SINOPSE:

Salvador. Quincas (Paulo José) é um funcionário público cansado da vida que leva. Um dia ele resolve deixar sua família de lado e cair na farra, ganhando fama como Quincas Berro D'Água, o rei dos vagabundos. Quando ele é encontrado morto em seu quarto, sua família resolve apagar os vestígios de sua fase arruaceira e lhe dar um enterro respeitável. Só que seus amigos surgem no local e decidem levá-lo para uma última farra.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Circuito Gastronômico Goiás em Pirenópolis


Acontece na cidade de Pirenópolis o Circuito Gastronômico de Goiás. É um evento curto e feito a toque de caixa. Ainda esta semana, antes de chegarem com essa "novidade", ninguém na cidade sabia ao certo o que seria.

Programação

23/08/2018
18h30 Abertura
20h00 Shows: Dante Ventura; Almir Pessoa; Dj Múcio

24/08/2018
9h00 Experiência Sensorial Refúgio Avalon
14h30 Chef Ivan Achcar
15h45 Chef Vanda Jaime
16h45 Chef Fátima Nunes - Talento UEG
17h45 Chef Elaine Moura
18h45 Chef Alan Datorre - Premio Dólmã
20h00 Patocan
22h00 Tripop

25/08/2018
8h Café da manhã - Pousada Mandala
9h00 Experiência na natureza - Fazenda Vagafogo
14h00 Chef Lucas Gabriel
15h00 Chef Gilmar Borges
16h00 Fotografia com Eliane de Castro
17h00 Horário Enchefs Goiás
18h00 Chef Ian Baiocch
19h00 Chef Igor Rocha - Premio Dólmã
20h00 Chef Vico Crocco

Encerramento
20h00 Shows: Maira; Grace Carvalho; Dj Múcio
Local: Salão Paroquial e Rua do Lazer

Observação: Pirenópolis é uma cidade que tem cultura suficiente para não depender de iniciativas como essa. Por uma decisão tomada sem consultar a população ou administradores locais, chegam aqui com um pacote fechado e o servem aos nativos. O já tradicional Festival Gastronômico foi extinto e ninguém disse o porquê.

Outra coisa: cadê a participação dos artistas pirenopolinos? Nem nossa tradicional banda de música foi convidada. Eu gostaria muito de saber onde foi feita a seleção dos artistas participantes e em que local foi divulgado. É um absurdo Pirenópolis ter que se sujeitar a isso!

E é por questões como essas que este site insiste há tempos: precisamos tomar a frente de nossa cidade!

Adriano Curado
















Oficina de serigrafia


Hoje acontece na Estação Rodoviária de Pirenópolis uma interessante iniciativa. É uma oficina de serigrafia. Para quem não conhece, serigrafia é a impressão em uma superfície em que a tinta é vazada, pela pressão de um rodo, através de uma tela. Daí vem o inteligente título "passando o rodo na rodô".

Vale a pena conferir porque é um conceito bem diferente dos praticados até o momento na cidade.

Local: Avenida Neco Mendonça, nº 3, Centro.

Data: 24.08.2018 às 16h


Teatro espírita



Uma grande obra da literatura espírita agora será apresentada na dramaturgia: "Paulo e Estevão" foi psicografa por Francisco Cândido Xavier e ditado pelo Espírito Emmanuel. Trata-se de uma excelente obra que retrata importante episódio da história do Cristianismo. 

Vale a pena conferir!

Data: 26/08/2018 às 19h
Local: Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade, localizado na Rua José Gabriel, Quadra 6, Lotes 10 a 12, Setor Jardim Taquaral, Pirenópolis/GO.

Exposição de Zé Inácio Santeiro



Exposição de pinturas e esculturas do artista plástico pirenopolino José Inácio Santeiro. No local serão apresentadas algumas de suas obras e também o artista se confraternizará com o público.

Participe, prestigie!

Dia 24/08/2018, às 20 horas.
Local: Loja Bumbum Biquíni (próximo à sede do IPHAN)

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Filme no Cine Teatro Pireneus



Dando continuidade ao uso correto do espaço do Cine Teatro Pireneus, hoje tem cinema na telona. É o filme "O céu sobre os meus ombros". Uma grande produção que vale a pena assistir. 

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Construção de resort em Pirenópolis é acusada de crime ambiental

Segundo Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente, as obras do eco resort Quinta de Santa Bárbara danificaram nascentes na cidade goiana




A construção de um resort no centro histórico de Pirenópolis (GO), que virou motivo de revolta dos moradores da cidade em 2015, voltou a causar polêmica. Uma das empresas que participa das obras do eco resort Quinta de Santa Bárbara, a B3 Incorporadora e Construtora, e um dos sócios, Josemar Borges Jordão, foram indiciados pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema). 

Existem cinco nascentes na região do empreendimento, de acordo com a delegacia, e quatro tiveram características originais alteradas. O delegado titular da Dema, Luziano de Carvalho, explicou que as nascentes apresentam supressão de APP. Uma delas está em estágio de assoreamento, provocado pela movimentação de terra gerada nas obras de instalação da rede pluvial e o entulho das demolições da antiga pousada, feitas pela empresa.

A Dema afirmou que o resort não possui licença para permanecer instalado no local. As investigações da delegacia também constataram que foi jogado veneno em uma área próxima ao que os peritos classificaram como a nascente principal. 
 
Em julho de 2016, o juiz Sebastião José da Silva, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) chegou a suspender o alvará de construção do Quinta de Santa Bárbara. Contudo, em dezembro do mesmo ano, o próprio TJGO cassou a decisão dada pelo juiz, e liberou a construção do resort. Após pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MP/GO), entretanto, a Dema fez uma nova investigação e alegou crime ambiental por construção em área não edificável e por impedir ou dificultar a regeneração natural de Área de Preservação Permanente (APP). 

Grupo rebateu acusações

O engenheiro Hullian Reis Chaves, um dos responsáveis pelas obras de infraestrutura, garantiu que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizou o projeto do resort. O advogado do grupo que constrói o Quinta de Santa Bárbara, Diego Amaral, afirmou que a licença está em vigor, e deve vencer até julho, mas um pedido de renovação foi feito ainda no ano passado. 

O advogado também disse que um laudo feito em março deste ano mostrou que a área ao redor do resort conta com apenas uma nascente. Diego garantiu que está ela sendo preservada, assim como sua APP. Apesar disso, o grupo firmou acordo com o MP/GO, e durante um ano, não irá construir nos outros locais apontados como nascente. Uma perícia judicial será feita para avaliar se as regiões se tratam ou não de pontos de brotamento de água. A empresa pagará R$ 40 mil ao município goiano.

Diego Amaral comentou que o grupo dará continuidade ao projeto original, respeitando o acordo firmado com o MP/GO. Até o momento, o grupo concluiu as obras de infraestrutura e de reforma do Café, na entrada da propriedade.

Chuva em agosto!


Começou a juntar nuvem pela manhã e ninguém dava muito crédito a elas. Onde já se viu chuva em agosto?! Mas não é que desabou uma chuvinha fria e fina que refrescou o tempo e alegrou a passarada! As flores também agradecem o presente.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Festa do Morro 2018

Foto João Martins de Arruda Sobrinho

Já estão os romeiros acampados ao sopé da Serra dos Pireneus. As barracas multicoloridas se espalham pelo cerrado e os peregrinos propagam alegria e devoção. É uma tradição que começou lá com Cristóvão de Oliveira, em 1927, e veio até nossos dias principalmente pelo esforço de seus descendentes. A transformação do local em parque por pouco não pôs fim à festividade, mas no fim imperou a razão.

Boa festa a todos.

Adriano Curado

quarta-feira, 25 de julho de 2018

O papiloscopista medroso


Tem certas profissões que não combinam com algumas pessoas. E no caso de Wagner, não foi por falta de avisar. Desde criança ele sempre se mostrou muito nervoso e assombrado. Diziam seus pais que ele acordava com gritos pavorosos por conta dos sonhos que tinha.

Mas, enfim...!

Wagner, depois de muito estudar, conseguiu ser aprovado num concurso para papiloscopista da polícia técnico-científica. Uma grande conquista a estabilidade na carreira pública e o fim de longas maratonas como concurseiro. Só tinha um porém: ele continuava apavorado!

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Nossa aldeia é nosso universo


Dias desses, conversando com um amigo, ele me disse algo em que eu nunca tinha pensado. Será que fizemos um mínimo para melhorar o mundo onde habitamos? Seremos lembrados por algum feito relevante ou nosso nome quedará no esquecimento? Já se foi a geração de nossos pais e agora é a nossa que está no comando. Pensar nisso me dá um frio na coluna! Gostaria de continuar apenas assistindo da confortável poltrona do teatro e nunca ter que intervir na dramaturgia. Mas isso agora já me parece impossível.

Não sei se herdamos um mundo inacabado e vamos deixá-lo um pouco melhor. Nem sei se quando o último que ainda nos tiver na lembrança morrer, se ainda assim persistiremos na história contada. Só sei que uma infinidade de coisas há ainda para se consertar e o tempo é um ser vivo a serpentear ligeiro ampulheta abaixo.

E não falo de melhorarmos o mundo inteiro. Basta que acedamos uma centelha, um lume em nossa própria aldeia. Nossa aldeia vale pelo universo todo. Se eu puder tornar minha Pirenópolis superior em qualidade de vida, em um lar transbordante de bondade, então já terá valido a vinda por estas paragens.

O sonho de muito de nós pirenopolinos, com mais de quarenta anos. é recuar a história pelo menos até a tranquilidade da foto acima. Mas isso infelizmente não é mais possível. A tranquila Pirenópolis só persistirá em nossas lembranças. Não tem importância, pois feliz do homem que traz consigo recordações que valham o sono.

E se não podemos voltar no tempo, que pelo menos tenhamos ânimo de manter preservados nossos valores. Muitos são os desafios que se avizinham. Tem esse time share parede-meia com a Igreja do Bonfim, tem a falta de planejamento turístico a longo prazo, tem a questão da expansão do plano diretor e por aí vai. Novos obstáculos a desafiarem o antigo povo de Meia Ponte. Mas nós já sobrevivemos a tantas intempéries, já saímos incólumes a tantas tragédias, que esses malefícios presentes não nos derrotarão.

E que assim seja!

Adriano Curado



quarta-feira, 18 de julho de 2018

Cadeado na ponte pênsil


Foi infeliz a ideia de colocar uma corrente com cadeado na Ponte Pênsil Dona Benta. Eu até concordo que ali virou passagem de motoqueiros, que colocam em risco os pedestres, mas daí tomar uma atitude radical dessas...!

Possivelmente isso é obra da prefeitura. Alguém menos esclarecido que não sabe que cadeirantes, carrinhos de bebê etc. também transitam por ali. 

Fica registrado aqui nosso protesto por esse ato inconsequente. 

Adriano Curado



quinta-feira, 21 de junho de 2018

O time share pirenopolino



Há um empreendimento imobiliário sendo construído em Pirenópolis. Trata-se de um time share, que são apartamentos compartilhados. Esse empreendimento se chama Quinta Santa Bárbara e fica próximo à Igreja do Bonfim. Além de todos os transtornos que causará na pequena e bucólica Pirenópolis, como trânsito, tratamento de esgoto, impacto de vizinhança etc., ainda tem o fato de ele estar num local de nascente de água.

Este site é contrário ao mencionado empreendimento e faz parte da resistência para que ele não se efetive.

Assiste o vídeo e tire suas próprias conclusões.

Adriano Curado



quinta-feira, 14 de junho de 2018

Asfalto no Residencial Luciano Peixoto


Finalmente, um ano depois de inaugurado, o Residencial Luciano Peixoto começou a ser asfaltado. Durante esse tempo todo os moradores tiveram que conviver com o pós vermelho do cerrado, que é apenas um dos problemas a que se submete aquela gente.

Num país ideal, jamais uma obra dessas seria inaugurada sem um mínimo de infraestrutura. Quando os primeiros habitantes para lá se mudaram, não havia água ou luz.

Mas enfim...! Antes tarde do que nunca.

Adriano Curado




quinta-feira, 7 de junho de 2018

A cidade aguarda...!



Enquanto estamos envolvidos com festas que não têm fim, Pirenópolis aguarda que grandes problemas sejam solucionados. Uma cidade que recebe semanalmente centenas de turistas, e em feriados, milhares, não pode se dar ao luxo do descaso.

Enquanto tramita na Câmara Municipal o projeto de municipalização do trânsito, os tocos de limitação de bitola foram retirados e os caminhões gigantes circulam tranquilamente pelo centro histórico, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.

O mal cheiro dos descartes clandestinas de esgoto na rede pluvial, problema que há pouco foi solucionado por intervenção do Ministério Público, voltou a incomodar. É o resultado de ações de moradores que não têm consciência de que vivem em comunidade. 

O prédio do teatro, que está em vias de desabar, está com a restauração paralisada porque ocorreu um problema técnico na licitação e todo o processo terá que ser refeito. Enquanto isso fica lá aquele esqueleto sinistro a nos assombrar diariamente.

Já é o momento de guardarmos as roupas de festas e vestir as das reivindicações. Se não ficarmos de olho, a cidade começa a se deteriorar, como uma tapera que o tempo tenta apagar da história. E infelizmente a vigília é eterna, porque um segundo de cochilo e lá se vai a memória.

Adriano Curado

sábado, 19 de maio de 2018

Fotos do início da Festa do Divino


Essas são as minhas primeiras fotos da Festa do Divino 2018. Foram tiradas durante a tocata da Banda Fênix na lateral da Matriz.







Que reforma é essa, governador?


Amanhã, durante as Cavalhadas, lá vem sua excelência o governador fazer a "inauguração" da reforma do cavalhódromo. Que reforma é essa? Aquele mausoléu em homenagem à incompetência administrativa nunca foi terminado, apesar do oceano de dinheiro público gasto ali. Todo ano o corpo de bombeiros interdita o lugar por risco de desabamento.

 Ação eleitoreira e desnecessária essa de fazer um evento público durante as cavalhadas. Já tem aquele desfile longo, e agora mais esse evento para atrasar a festa.

O culto ao Espírito Santo


 A festa em louvor ao Divino Espírito Santo é uma manifestação cultural de cunho religioso que se popularizou em diferentes regiões ocidentais europeias a partir da Idade Média. Celebrada cinquenta dias após a Páscoa, comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. Na liturgia Católica, essa festa é chamada “Pentecostes”.

     A festa do Divino foi introduzida no século XIV em Portugal pela rainha dona Izabel de Aragão, casada com o rei dom Diniz.

     No Brasil esses festejos serviram de artifício de encantamento para amenizar choques culturais. De um lado, as tradições dos índios e dos brasileiros mestiços, do outro a intenção da Igreja Católica de catequizá-los de maneira branda, sem maiores dissabores.

    Com a vinda da família imperial para o Brasil, em 1808, as festas populares receberam apoio oficial e até incentivo. Entre elas a Festa do Divino. A representação teatral da monarquia era um estratagema eficiente de se semear, na mente da população, a importância da existência da realeza.

   Na cidade de Pirenópolis, em 1819, vamos presenciar o primeiro registro localizado por Jarbas Jayme da Festa do Divino. A escassez do ouro alterou profundamente a sociedade local, com a diminuição do número de habitantes e impacto na economia. Chamava-se Meia Ponte e situava-se estrategicamente nas rotas comerciais imperiais. Era também o segundo núcleo urbano da província e tinha uma boa infraestrutura composta de prédios públicos, biblioteca, templos amplos e casarões sólidos. Sua importância para Goiás e o Brasil, naquela época, certamente está associada aos empreendimentos comerciais do comendador Joaquim Alves de Oliveira.

   É nesse contexto social que surge a Festa do Divino, comemoração de destaque entre os festejos locais, que tomou contornos peculiares e regionais firmados no sincretismo.

   O pirenopolino sempre foi festeiro e alegre, e doou-se espontaneamente ao envolvimento com os preparativos das festividades. Surge então entre os membros da comunidade a figura solene do Imperador do Divino, sorteado entre diversos candidatos, com a responsabilidade de arcar com o grosso das despesas, embora recebesse diversas doações e mais a colaboração das folias, que são rituais peditórios de esmolas. É a figura central da festa, tem assento ao lado do sacerdote na igreja e destaque nos meios sociais.

    Aos poucos a festa agregou elementos de outras manifestações folclóricas e ganhou aspecto grandioso. Temos o cortejo imperial solene, com cordões de virgens, banda de música, congo, congada. Há também levantamento de mastro, queima de fogueira, alvoradas com as bandas de música e de couro, queima de fogos, retretas, tocatas na porta da igreja, zabumbas etc.

     No início do século XX, a Festa do Divino englobou a festa dos pretos, que são os reinados e juizados, e surgiu uma festa dentro da festa.

     O engrandecimento da Festa do Divino, no entanto, ocorreu com o início da encenação das Cavalhadas de Pirenópolis, que se apresentaram pela primeira vez em 1826. Era a festa do Imperador Pe. Amâncio da Luz, um homem de destaque na política e na cultura pirenopolinas. Até então a coroa era de madeira, mas ele mandou fazer, de prata, tanto a Coroa do Divino quanto o cetro atuais, que já têm 186 anos.

     Embora seja desconhecida a origem da figura dos Mascarados, provavelmente eles estavam presentes nas primeiras cavalhadas. Representam a alegria. Usam roupas coloridas, cavalos enfeitados, falam em falsete para evitar a identificação de sua pessoa. É o povo que se diverte. O coronel lá no alto do camarote não pode impedi-lo de se apresentar, porque o anonimato o protege.

     Sobre o teatro de revista “As Pastorinhas”, a peça foi trazida a Pirenópolis pelo telegrafista nordestino Alonso Machado e apresentada pela primeira vez em 1922. Alonso, no entanto, não quis doar o texto e as músicas para a cidade, então o maestro Joaquim Propício de Pina e José Assuério copiaram o auto escondido e, apesar da partida do telegrafista, a encenação foi incorporada aos festejos do Divino e é apresentada até hoje.

     A modernização da Festa do Divino se deu com o sorteio de Geraldo de Pina, em 1969, que era deputado federal e tinha influência em Brasília. Ele foi o responsável pelo novo fôlego da festa, ao promover o início dos festejos com bastante barulho (alvoradas, zabumba e apresentações da Fênix). No dia 24 de maio, sábado do Divino, foi feita uma queima de foguetes que ficou na história, com uma girândola de 10 mil tiros, além de fogo de artifício e disparos de ronqueira. Centenas de meninas vestidas de branco saíram do casarão de seu pai, Lulu de Pina, no rumo da Matriz.

     Devido à influência de Geraldo como deputado federal, Pirenópolis se tornou conhecida por Brasília e foi “invadida”, pela primeira vez, pelos turistas. Isso só foi possível porque, no plano de revitalização da festa, Geraldo tomou a corajosa decisão de puxar a primeiro dia das Cavalhadas para o domingo, e, daquele ano em diante, os turistas puderam assistir pelo menos um dia de apresentação.

      Hoje a Festa do Divino de Pirenópolis tem repercussão mundial, embora não deixe de ser uma festa tipicamente pirenopolina. É a espontaneidade do povo em fazer acontecer os festejos que a torna autêntica e imortal.

     Ao dar o título de patrimônio cultural imaterial do Brasil à Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional certamente implementará políticas para sua proteção, com medidas que a salvaguardem dos problemas que possam colocá-la em risco.

     Manter acesa e viva a Festa do Divino de Pirenópolis é um desafio constante. Mas uma tradição que já dura pelo menos 194 anos não perecerá. Ela será eterna e pulsante enquanto houver um pirenopolino disposto a doar um pouco de si em prol do coletivo.

Adriano César Curado



Fonte:

ALMEIDA, Renato. Cavalhadas dramáticas. Folclórica – Revista do Instituto Goiano do Folclore, Goiânia, n. 3, ano 2, 1973.
ALVES, Luiz Antônio. Pirenópolis: Festa do Divino. Cultura – Publicação do Ministério da Educação e Cultura. Brasília, ano I, n. 2, 1971.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Cavalhadas de Pirenópolis. Goiânia: Oriente. 1974.
CARVALHO, Adelmo. Pirenópolis, história, turismo e curiosidade. Goiânia: Kelps, 2000.
CURADO, Glória Grace. Pirenópolis, Uma Cidade para o Turismo. Goiânia.: Oriente. 1980.
JAYME, Jarbas. Esboço Histórico de Pirenópolis. 2 v. Goiânia: UFG, 1971.
PEREIRA, Niomar; VEIGA JARDIM, Mara Públio de Sousa. Uma festa religiosa brasileira: festa do Divino em Goiás e Pirenópolis. São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1978.
PINA FILHO, Brás Wilson Pompeu de. Folclore Goiano: Festa do Divino em Pirenópolis. Aspectos da Cultura Goiana. Goiânia, v. 2, 1971.
SILVA, Mônica Martins da. A Festa do Divino. Romanização, Patrimônio & Tradição em Pirenópolis (1890 – 1988). Goiânia: Agepel, 2001.
SIQUEIRA, Vera Lopes de. Tradições Pirenes. 2ª edição. Goiânia. Kelps. 2006.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

É tempo de Pentecostes


Pentecostes é uma importante celebração do calendário cristão, onde se comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo. O Pentecostes é celebrado 50 dias depois do Domingo de Páscoa.

Historicamente, o dia de Pentecostes ocorre no 7º dia depois do dia da Ascensão de Jesus, pois ele ficou 40 dias, depois da ressurreição, ministrando os derradeiros ensinamentos aos discípulos. Assim, se somarmos esses 40 dias mais os 3 em que ficou na sepultura, teremos 43 dias. Os 7 dias restantes são aqueles em que os discípulos permaneceram no cenáculo até a descida do Espírito Santo.

O Pentecostes judaico se refere à colheita e comemora a entrega dos 10 Mandamentos no Monte Sinai, 50 dias depois do Êxodo. Diferente dos cristãos que, como vimos, celebram a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos.

A celebração do Divino Espírito Santo originou-se na promessa da rainha D. Isabel de Aragão, por volta de 1320, que prometeu peregrinar pelo mundo com uma coroa tendo uma pomba no alto e assim arrecadar donativos em benefício da população pobre. Ele queria alcançar uma graça especial, que era a concórdia entre seu esposo, o rei D. Dinis, e seu filho, o príncipe D. Afonso. A graça foi alcançada e ela cumpriu a promessa.

Tamanho foi o empenho da rainha, que se criou uma fervorosa devoção ao Espírito Santo, culto que se espalhou por terras portuguesas, especialmente no arquipélago dos Açores. De lá, espalhou-se para outras áreas colonizadas por açorianos, como a Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América e diversas partes do Brasil. Tornou-se aos poucos uma cerimônia onde uma criança era coroada e doava comida ao povo (fartura) e tinha o poder de libertar um preso (perdão).

Veio ao Brasil através dos colonizadores portugueses e foi registrada pela primeira vez em Pirenópolis no ano de 1819, quando Joaquim da Costa Teixeira foi sorteado Imperador do Divino. Alguns acham que a festa chegou muito antes em Meia Ponte. Em 1826, quando o padre Manuel Amâncio da Luz foi sorteado Imperador, começaram as apresentações das Cavalhadas.

As celebrações em culto ao Espírito Santo são espalhafatosas, com muitas cores, barulho, brilho, sinos, fogos. O Imperador distribui pãezinhos bentos, alfenins e verônicas ao povo. Mas seu poder já foi bem maior, época em que só ocorriam Cavalhadas se ele consentisse e patrocinasse, por exemplo. Também em nossa terra ele tinha o poder de soltar um preso da cadeia pública.

Adriano Curado

Fonte:
CURADO, Glória Grace. Pirenópolis; Uma Cidade para o Turismo. Goiânia, Oriente, 1980.
Título
JAYME, Jarbas. Esboço histórico de Pirenópolis. 2 v. Goiânia: Imprensa da UFG, 1971.
MARTINS, Francisco Ernesto de Oliveira. SANTOS, João Marinho dos. A festa nos Açores.
Açores: Serafim Silva, 1992.