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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Crônicas de Pirenópolis ( I )




     Quando eu era criança, Pirenópolis vivia numa quietude imensa, dessas que chegavam a irritar. Turistas só eram vistos em festas grandes, como a do Divino ou a Semana Santa. Raramente alguém aparecia por aqui em final de semana comum, e se viesse não tinha lá muitas opções.

     A hoje movimentada rua do Lazer não existia, o local era de residências e alguns comércios de secos e molhados – as famosas “vendas”. As cachoeiras e outras riquezas naturais não eram exploradas comercialmente, e somente se chegava a elas por amizade com os proprietários. Restava a opção dos acampamentos à beira rio, e a areia perto do poção da ponte ficava cheia de barracas e imundices.

     Hoje tudo está muito diferente. A cidade voltou-se para a exploração turística e é conhecida internacionalmente por isso. A festa do Divino, por exemplo, que antes representava o auge das visitações, agora não tem um impacto tão expressivo na economia municipal.

     Após essas transformações graduais, Pirenópolis se tornou aos poucos um lugar que atrai visitantes o ano todo. Não há mais um dia na semana sem hóspedes nos hotéis, sem cachoeiras movimentadas ou restaurantes cheios.

     Só que esse sucesso todo tem um preço, e ele é caro. Os imóveis se supervalorizaram e inflacionaram o mercado imobiliário, o que provocou a cobiça dos proprietários de casarões, que preferiram desfazer-se das relíquias de famílias e morar na periferia.

     Boa parte do Centro Histórico está fechada, suas histórias apagadas, são casas de temporada. Os quintais imensos, povoados por galos seresteiros, macaquinhos soin, mangueiras copudas, agora são fatiados para a construção de novas casas. A paisagem urbanística comprometeu-se pelo crescimento desordenado, constroem-se casas nos morros sem obedecer limites do plano diretor. E que dizer da rede de esgoto que nunca sai?

     Além das cercanias, condomínios fechados são aprovados e logo se enchem de moradores novos. Isso significa que a cidade não para de crescer. Quem conhece nossa terra quer morar aqui, aproveitar a vida ainda tranquila do interior, longe da correria dos grandes centros.

     Mas é urgente reinventar uma nova infraestrutura municipal. O trânsito já é ruim, as águas urbanas estão poluídas, o comércio avança sem controle sobre as residências, segurança e saúde públicas são deficientes. E por aí vai.

     A qualidade de vida pirenopolina clama urgente por uma política pública – em parceria com o empreendedor privado – voltada para o agora e o futuro, numa antevisão dos desafios que rondam as velhas Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte.


Adriano César Curado

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

DESAFIOS DE ONTEM E DE HOJE


Transito pela bela Pirenópolis, Goiás, enquanto a chuva cai e vejo que nem assim o povo sossega. É um entra-e-sai de gente nas lojinhas de artesanato, nos bares de comidas exóticas, no Centro de Atendimento ao Turista, na sede da Piretur, e por aí vai.


Esse desassossego coletivo injeta bastante dinheiro na cidade, atrai mais gente, fomenta o turismo de qualidade e emprega a mão-de-obra local.



Nada que lembre o famigerado farofeiro que descia dos ônibus sucateados com colchões nas costas. Naquela época as margens do rio das Almas ficavam coloridas pelasb arracas dos acampados. E quando esse povão ia embora, o lixo infestava tudo. Graças a Deus isso é fato passado.



Quem visita Pirenópolis nos dias atuais depara com uma cidade organizada, com boa rede hoteleira, restaurantes para todos os gostos e sabores (e bolsos!), além de passeio por trilhas e cachoeiras, com ou sem guias.



Vivemos numa era de grande prosperidade na velha Meia Ponte. Finalmente a mentalidade dos que por ali transitam (visitantes e moradores) se encaixa no perfil da cidade. Cessaram as demolições de casarões ou modificações profundas e não se ouve mais os automóveis com som automotivo.


Os autuais projetos da prefeitura local são voltados para incentivos culturais e festivais dentro do perfil da cidade – o gastronômico, o de jaz etc.



Muitos são os desafios ainda a superar. Resta, por exemplo, restaurar a orla do rio das Almas, preservar o Morro Santa Bárbara, impedir especulações imobiliárias que quebrem o aspecto paisagístico do entorno etc. Mas muito já se fez e devemos aplaudir.


by Adriano César Curado


terça-feira, 20 de julho de 2010

DO ROSÁRIO AO LAZER


Foto início da rua do Rosário

Arquivo da Biblioteca Pyraí

A rua do Rosário de Pirenópolis há muito ganhou um apelido carinhoso de rua do Lazer. E não é para menos, já que ali estão situados bons bares e restaurantes da cidade, além de vasto repertório musical para todos os gostos.


Antigamente quem chegasse no início da inclinação da rua, como mostrado na fotografia de 2010, avistava a imponente igreja do Rosário dos Pretos, que foi demolida ainda na década de 1950. No lugar do velho templo existe agora uma praça com um coreto de pedra.


Mas as centenas de turistas que constantemente transitam por ali não querem saber disso. Estão mais interessados, é claro, nos artesanatos das lojinhas, na comida e bebida que são servidos ao longo daquela antiquíssima via pública. Creio que somente os mais antigos chamam o local de rua do Rosário, pois os mais jovens pouco se interessam pelo assunto, distraídos que estão pelas passageiras distrações da vida.


Depois do Projeto Candeias, os feios postes de energia elétrica foram substituídos por réplicas de lampiões a gás, com uma luz amarelada que é romântica e gostosa.


by Adriano César Curado