quinta-feira, 5 de novembro de 2020

A cultura pirenopolina

Nossa cidade é histórica e turística, e isso traz um certo conflito, o que é natural, entre preservar nossa cultura pura e simples, ou receber novos valores agregados que vêm de fora. Dá para calibrar essas diferenças e conviver pacificamente com o novo. O que não pode é deixar que a massificação nos atinja e leve embora a essência de nossa cidade.

Costumo sempre citar o exemplo de Caldas Novas, cidade que já foi repleta de casarões históricos, com igreja colonial e tudo mais. Tal qual aqui. Mas a especulação imobiliária (igualzinho por aqui agora) apareceu, cresceu e engoliu tudo. Agora eles não têm mais a identidade inicial. É uma outra cidade, com novos moradores, com hábitos e costumes modificados.

Em matéria de cultura é a mesma situação. Os grandes festivais e feiras que aqui se realizam (ou se realizavam) todos os anos, embora de conteúdo plenamente voltado para o turismo,  não deixam de impactar nossa cultura local. Isso nem sempre é maléfico, saliente-se. Vejo um exemplo de boa influência nas aulas de música ministradas nas oficinas do Canto da Primavera.

Casal Ita e Alaor

Já no âmbito puramente pirenopolino, quero salientar a necessidade de resguardarmos nossa mais pura tradição cultural. Falo de Ita e Alaor, de Tonico do Padre e Mestre Propício, de Maria Beni e dona Veronquinha, e por aí vai. Quem é de Pirenópolis entende o que estou falando. E um dos pilares para resguardar essa memória da gema é a Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música (APLAM).

E é bom salientar que a APLAM não vem sendo tratada com o respeito que se espera do poder público. Se antes tinha uma sede ampla e de visibilidade plena na rua Direita, hoje está espremida em um cômodo no Centro Cultural Ita e Alaor. 

Dias melhores se avizinham no horizonte. Tenho absoluta certeza de que brevemente nossa dignidade cultural será restabelecida e a história saberá distribuir méritos e desméritos as seus respectivos titulares. Enquanto isso, sigamos resistindo e torcendo pela nossa preservação cultural.

Adriano Curado

Foto nº 01: Canto da Primavera em 2014 - site Agita Pirenópolis;

Foto nº 02: Casal Ita e Alor - domínio público

Um comentário:

  1. Apreciador da cultura pirenopolina.20 de novembro de 2020 às 12:33

    Por falar neste âmbito puramente pirenopolino,falo de Ita e Alaor, de Tonico do Padre e Mestre Propício, este ultimo que nos deixou uma Banda com 127 anos vem mostrando o que é ser Fênix...

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