sexta-feira, 29 de maio de 2020

Sexta-feira é dia de As Pastorinhas

No ano de 1922, Alonso telegrafista, ao ser transferido para Pirenópolis, trouxe uma peça do teatro de revista, todo bailado, chamado As Pastorinhas. Com a ajuda de Benedito Pompeu de Pina, Alonso apresentou a peça na Festa do Divino de Joaquim Mendonça, mas foi uma apresentação ruim porque poucas eram as moças e não havia quase nenhuma estrutura.

Joaquim Propício, então, foi sorteado Imperador, ficando seu irmão Sebastião Pompeu incumbido de preparar as peças teatrais.  Pompeu decidiu-se logo pela peça Morgadinha, mas quis também repetir a apresentação de As Pastorinhas. Como Alonso estava desanimado, por conta da experiência anterior, deixou que os pirenopolinos tomassem a iniciativa. Sebastião foi às casas de família pedir para que as moças se apresentassem, sob sua responsabilidade, e logo conseguiu formar os cordões com vinte e quatro integrantes.

Enquanto isso, Propício orquestrava a peça e José Assuério de Siqueira copiava as falas dos personagens. Só que Alonso não quis doar o material para Pirenópolis, então Mestre Propício e José Assuério, na calada da noite, fizeram para si uma cópia clandestina. Foi um sucesso aquela apresentação da revista As Pastorinhas. Propício acrescentou mais três personagens, cujas músicas foram por ele compostas, que são Fé, Esperança e Caridade. Quando Alonso Telegrafista foi transferido de Pirenópolis, levou consigo os originais da peça, sem nunca nem desconfiar que deixava para trás uma cópia.

Desde então, As Pastorinhas é uma peça que vem sendo apresentada constantemente, até chegar aos dias atuais. Obviamente que, em tempo passado, apenas esporadicamente a população assistia esse teatro de revista, que se dava na época do Natal.

Depois foi incorporada à festa do Divino e durava horas. Tanto que as famílias que iam prestigiá-la levavam colchão para as crianças dormirem. Vale também lembrar que por muito tempo o criterioso Wilson Pompêo de Pina assumiu os ensaios e seleção do elenco, época de maior brilho do espetáculo. Depois vieram Ita e Alaor, que reduziram o tempo de duração. Dona Natália os sucedeu, e hoje Séfora e outros se incumbem dos ensaios.

Adriano Curado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Minhas leitoras e meus leitores, ao comentarem as postagens, por favor assinem. Isso é importante para mim. Se não tiver conta no Google, selecione Nome/URL (que está acima de Anônimo), escreva seu nome e clique em "continuar".

Todas as postagens passarão por minha avaliação, antes de serem publicadas.

Obrigado pela visita a este blog e volte sempre.

Adriano Curado