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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Centro cultural e econômico



     "Diferentemente das Minas Gerais, o ciclo do ouro em Goiás durou pouco. O que ocorreu em Luziânia se repetiu em Pirenópolis, com milhares de garimpeiros indo embora. No entanto, a antiga Meia Ponte manteve um núcleo urbano considerado populoso para a época porque era importante centro de distribuição de mercadorias entre o longínquo Centro-Oeste e o rico Sudeste, nos séculos 18 e 19. Além da cana-de-açúcar, fazendas pirenopolinas produziam algodão para exportação nos anos 1800. Com isso, atraíam comerciantes e intelectuais, o que tornava a sua vida mais glamorosa que nos demais povoamentos goianos.

     Ainda no século 19 e com o nome de Meia Ponte, Pirenópolis tornou-se o berço da música e da imprensa goianas. Lá surgiu o primeiro jornal do Centro Oeste brasileiro, o Matutina Meiapontense. Somente em 1890, a cidade passou a se chamar Pirenópolis — o município dos Pireneus, nome dado à serra que a circunda. Mesmo com a inauguração de Goiânia e de Brasília e a consequente povoação do Centro-Oeste, a cidade ficou isolada durante grande parte do século 20, sendo redescoberta nos anos 1970, quando começou a virar destino turístico.

     Hoje, Pirenópolis é famosa pelo turismo e pela produção do quartzito, a “pedra de Pirenópolis”. Ambos movem a economia local. Mas muito do período da corrida ao ouro ainda se mantém vivo na cidade. Ela não experimentou o boom populacional de Luziânia nas últimas três décadas e preservou grande parte do seu casario. “A cidade tem 250 imóveis com vários níveis de preservação que remontam do período colonial, art decô e eclético, além de 250 que chamamos de falsos históricos, híbridos, que remetem à aparência do colonial”, destaca o chefe do escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Pirenópolis, Paulo Sérgio Galeão."

Texto publicado no encarte Brasil Colônia, do Correio Braziliense.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Dia da Imprensa Goiana


Achei interessantíssimo o artigo que o escritor Luiz de Aquino postou em seu blog em homenagem à Imprensa Goiana e por isso vou reproduzi-lo aqui, na íntegra:



Pe. Gonzaga, redator da Matutina
“Dia da Imprensa goiana

      No dia 5 de marco de 1830, surgiu em Meia-Ponte, atual Pirenópolis, o primeiro jornal a circular no Centro-Oeste brasileiro – Matutina Meiapontense. O informativo logo se tornou o veículo oficial das províncias de Goiás e Mato Grosso e circulou até 1834, com 526 edições. Esse jornal foi uma iniciativa do incansável empreendedor Joaquim Alves de Oliveira e teve como redator-chefe o padre Luís Gonzaga de Camargo Fleuri .

      Coincidentemente, a 5 de marco de 1959, uma passeata estudantil pelas ruas de Goiânia foi violentamente reprimida pela Polícia Militar, por ordem do governador da época; daí nasceu o semanário Cinco de Março, idealizado e dirigido pelos jovens jornalistas idealistas Batista Custódio e Telmo de Faria. O Cinco de Março foi um baluarte das liberdades desde seu surgimento até o encerramento de suas edições, em agosto de 1980 (o Diário da Manha circulava desde 12 de marco daquele ano).


Sede do Jornal A Matutina Meiapontense
     A Matutina Meiapontense ganhou, no decorrer do governo de Irapuan Costa Júnior (1975/79), por iniciativa do vice-governador José Luiz Bittencourt, uma reedição de todas os números publicados. Coube ao escritor José Mendonça Teles pesquisar e buscar exemplares da 'Matutina' pelo Brasil afora. Já o Cinco de Março foi, também, alvo do empenho de José Mendonça Teles: por sua iniciativa, o semanário de Batista Custódio teve todas as suas edições microfilmadas. Esse acervo está no Instituto Histórico do Brasil Central, da PUC de Goiás.



Joaquim Alves de Oliveira
     Ambos os trabalhos merecem, para os anais da imprensa em Goiás, minuciosa entrevista com o pesquisador; ou detalhados depoimentos dele, José Mendonça, por escrito ou de viva voz, para os registros do Museu da Imagem e do Som. E que tudo isso seja igualmente reservado para o acervo de um futuro Museu da Imprensa, projeto de que, há onze anos, se ocupa o fotógrafo Nelson Santos.


Exemplar de A Matutina
     Autoridades e personalidades de realce desejam muito que o projeto de Nelson dos Santos se realize. Sua sede, indiscutivelmente, há de ser em Pirenópolis, berço da nossa imprensa. O próprio José Mendonça é grande entusiasta da ideia. O que se quer, agora, é apoio das autoridades para que o empresariado também se estimule e esse museu seja instalado.

      Estou certo de que o tema interessa diretamente ao governador Marconi Perillo, tanto quanto a todos os jornalistas, historiadores e todas as pessoas voltadas para a preservação da memória histórica de Goiás.”