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quarta-feira, 28 de março de 2012

4ª Flipiri (programação)



Programação:
02/05 e 03/05 – Ações itinerantes nos povoados de Pirenópolis e nos Municípios de Corumbá de Goiás e Cocalzinho, com participação dos autores convidados.

03/05 - Abertura Oficial em Pirenópolis, com a participação do escritor José Mendonça Teles
Local: Theatro Pyrenópolis Sebastião Pompeu de Pina
Horário: 19h

Apresentação Musicais:
  • Faculdade de Música da UFG
  • Banda Flor de Pequi
Local: Centro de Artes e Música Ita e Alaor (Praça Central)
Horário: 20h

Exposição de Comercialização de livros
Local: Entroncamento Cultural (entre os prédios do teatro e do cinema)
Horário: 9h às 21h

04/05 – Programação cultural (oficinas, palestras, contadores de histórias, quintais poéticos, debates, exposições e outras atividades)
Locais: Praça Central, Cinema, Teatro, Centro de Artes, Entrocamento Cultural, Restaurantes, Tenda da Educação e Escolas.
Horário: das 8h às 18h
Obs.: algumas atividades contarão com a participação do escritor Luis Fernando Veríssimo

Exposição de Comercialização de livros
Local: Entroncamento Cultural (entre os prédios do teatro e do cinema)
Horário: 9h às 21h

05/05 - Programação cultural (oficinas, palestras, contadores de histórias, quintais poéticos, debates, exposições e outras atividades)
Locais: Praça Central, Cinema, Teatro, Centro de Artes, Entrocamento Cultural, Restaurantes, Tenda da Educação e Escolas.
Horário: das 8h às 18h

Apresentação Musical:
  • Banda Jazz 6 do escritor Luiz Fernando Veríssimo
Horário: 20h
Local: Entroncamento Cultural

Exposição de Comercialização de livros
Local: Entroncamento Cultural (entre os prédios do teatro e do cinema)
Horário: 9h às 21h

06/05 – Almoço de encerramento com autores e coordenadores (por adesão)
Horário: 12h
Local: a definir


terça-feira, 27 de março de 2012

Centro de Cultura Ita Siqueira


     O Iphan Goiás em parceria com o Governo do Estado de Goiás e a Prefeitura Municipal de Pirenópolis, realiza no dia 1º de Março de 2012 (quinta-feira), às 17 horas, a cerimônia de entrega pública da antiga sede da Prefeitura de Pirenópolis/GO para a comunidade. Esta é mais uma das obras inseridas no Programa de Aceleração do Crescimento.

     Os serviços de requalificação da antiga sede da Prefeitura de Pirenópolis/GO teve como objetivo restaurar arquitetonicamente o imóvel e adequá-lo em um espaço apropriado para a difusão de atividades culturais que, são importantes para o desenvolvimento social da cidade. Agora, o local, abrigará o “Centro de Cultura Ita Siqueira”. Dentre os serviços executados incluem a restauração arquitetônica da cobertura, alvenarias, esquadrias, do forro, piso e, instalações elétricas e hidrossanitárias, pinturas e revestimentos.

    O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional considera a requalificação e restauração arquitetônica da antiga sede da Prefeitura de Pirenópolis/GO fundamental para a melhoria da qualidade de vida da comunidade Pirenopolina, pois, além do bem estar cultural e material, ele representa a garantia do exercício da memória e da cidadania. A partir do uso das dependências do edifício, várias atividades comunitárias voltadas para a música, pintura, dança, entre outras, serão realizadas no local.

     Ita Lopes Siqueira nasceu em Pirenópolis/GO, e logo cedo, se interessou pela arte musical. A música foi à principal responsável para que o destino de Dona Ita se cruzasse com o de Seu Alaor Siqueira. O casal compôs várias músicas, contudo, suas carreiras não se resumem a composições musicais, pois, ambos, são artistas completos, violinistas, compositores e poetas. O casal costumava realizar serenatas com seus amigos músicos pelas ruas de Pirenópolis, criaram o conjunto “Serenata de Pirenópolis”, pelo qual tocaram as melhores músicas de todos os tempos. O casal, ainda, era responsável pela peça teatral “As Pastorinhas”, auto de Natal, importante símbolo folclórico da Festa do Divino Espírito Santo, que foi encenada sob a direção de ambos, durante 28 anos no teatro Sebastião Pompeu de Pina. Em 2011, a senhora Ita Lopes Siqueira falece com 79 anos.

     Diante da importância desta musicista para a cultura regional brasileira, o Iphan, o Governo do Estado de Goiás, a Câmara Municipal e a Prefeitura de Pirenópolis não poderiam deixar de agradecer e homenagear esta grande artista que tanto contribuiu para enriquecer a cultura do Centro-Oeste Brasileiro.

     O edifício da Antiga Prefeitura de Pirenópolis localiza-se na Praça da Matriz, em um dos trechos mais preservados e característicos do conjunto arquitetônico tombado como Patrimônio Cultural Brasileiro na cidade. A casa foi adquirida, em 1860, pelo Governo da Província, para funcionar como sede da administração municipal e uma escola pública do sexo masculino. A casa era geminada e, possivelmente, devido à tendência da época, teve alterado o telhado e demolido uma parte para criar acesso lateral. Funcionou como sede da Prefeitura até 1965.
Valor Descentralizado para a obra: R$ 484.524,00
Empresa contratada após licitação: Archaios Engenharia e Consultoria

Fonte: Iphan

segunda-feira, 26 de março de 2012

Estação Digital

Foto: Prefeitura de Pirenópolis

 
     Foi inaugurada no CAT (Centro de Atendimento ao Turista),a Estação Digital, que é um espaço destinado a realizar cursos gratuitos de informática básica, aberto à população pirenopolina em geral. O projeto nasceu de uma parceria entre a Prefeitura de Pirenópolis e IPTUR – Instituto de Pesquisa Turística do Estado de Goiás. Foram adquiridos computadores novos e professores já começam a formar turmas.

sexta-feira, 23 de março de 2012

quinta-feira, 22 de março de 2012

Dia Mundial da Água



     Hoje é o Dia Mundial da Água, mas será que temos o que comemorar em Pirenópolis? Cadê o projeto de reflorestamento das margens do rio das Almas? E a rede de esgoto que não sai nunca? Quando deixaremos de jogar água servida na rua? Mais lixeiras não estimularão o turista a jogar lixo no lixo?

      Pensemos e repensemos nossa responsabilidade enquanto cidade turística. No Dia Mundial da Água, será que o pirenopolino faz a sua parte?

Adriano César Curado

quarta-feira, 21 de março de 2012

Instrumentos para a banda de música


 
     A Prefeitura de Pirenópolis, por meio da Secretaria de Cultura, convida para a entrega de instrumentos para a Escola e Banda de Música Fênix do Mestre Propício, a ser realizada no Centro de Artes e Música Ita e Alaor. Haverá apresentação da centenária Banda Fênix, regida pelo maestro Aurélio Afonso, e do Grupo de Choro Clóves Roberto.

      A aquisição dos Instrumentos foi aprovada pela Secretaria Municipal de Cultura, no Edital da Funarte de apoio a bandas de música, edição de 2011.

Data: 24.03.2012


Horário: às 19h30
 
Local: Centro de Artes e Música Ita e Alaor - Praça Central.

terça-feira, 20 de março de 2012

Cavalhódromo: Ignorante descaracterização ou nova forma de domínio



     "Ainda é viva na memória dos pirenopolinos a manifestação dos mascarados em 2011 contra a numeração, provando com isso o valor do patrimônio cultural e o motivo pelo qual a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis foi tombada como Patrimônio Imaterial Brasileiro. Motivo este de tombamento de ser tal festa promovida pelo singular e original caráter popular, onde o povo faz a festa, mesmo sem influência ou patrocínio institucional, seja público ou privado. Não que não seja importante o apoio institucional, até mesmo sob forma monetária. Ora! sem dinheiro ninguém faz nada. Mas, por se tratar de festividade popular, que é definida como popular por ser promovida pelo povo, quanto menos interferência de instituições, mais popular a festa é. E esse é o verdadeiro valor da festa e o motivo primordial de seu tombamento.

     No momento em que políticos e empresários tentam se apossar da festa com interesses diferentes daqueles festejados, esta primordial característica enfraquece. Como é o caso do cavalhódromo. É vidente que quem o projetou não tinha a mínima noção do que é uma cavalhada. Acho que este engenheiro ou arquiteto pensou que a cavalhada era como um futebol ou um teatro de arena onde a platéia passiva assiste os atores ativos no campo ou no palco. Desconhecia este que numa festa popular o ator ativo é o povo. Quem faz a festa é o povo e o povo é a festa. E a festa acontece tanto fora do campo como no campo. Ou será que não faz parte da festa o assédio dos mascarados nos camarotes? O vai e vem da população, do ranchão para o campo e do campo para a rua? Quem, anos após anos, frequenta os camarotes sabe que a maior parte do tempo a atenção está fora do campo e da batalha. Até mesmo porque esta é repetitiva e enfadonha. O divertido mesmo é o relacionamento popular. Os docinhos de coco e os guaranás. O "me dá um dinheirinho aí" dos mascarados.

     Neste projeto que aí está não consideraram os projetistas esta faceta da festa e o volume de pessoas que circulam pelas arquibancadas e camarotes. Tanto que o espaço de circulação é muito aquém daquele necessário. Neste esfacelado projeto, perdeu-se um desenho importantíssimo que retratava as divisões sociais e a integração entre elas: que eram os camarotes próximo ao campo, erguidos do chão em um nível superior, ocupados pelas famílias tradicionais, reservados, particulares e hereditários. Abaixo destes, os vãos inferiores no nível do piso, por onde circulavam o povo e os mascarados e eram vendidos churrasquinhos e bebidas. Esse tipo de hierarquização refletia a sociedade e suas relações. Todo esse sistema circundava o campo, o centro de tudo, onde é disputado a eterna luta do bem contra o mal, a dramatização da dualidade cósmica e aparente. Oriente X ocidente. Vermelho X azul. O eu X o outro. Na antiga forma ninguém se distanciava deste embate. Mascarados circulavam livremente a poucos metros dos cavaleiros e os cavaleiros tinham acesso direto aos camarotes. Aí sim víamos o verdadeiro espírito da festa, o Divino Espírito Santo, que apesar de haver diferenças estávamos todos juntos num mesmo ambiente de confraternização.

     Destarte hoje com este cavalhódromo substituíram o espírito por cercas, muros e distâncias. A afirmação da soberania tornou mais evidente e cruel. Lá no alto, a quase não mais se enxergar fizeram os camarotes das autoridades. Longe do povo e impondo uma pesada sombra sobre o campo, apagando as cores e o brilho da festa. Afastaram o povo do campo e impediram sua circulação e seu trânsito aos camarotes. Se antes a estratificação social, simbolizada pelos diferentes níveis dos pisos do campo e camarotes, era em praticamente dois níveis, hoje esta estratificação ficou mais evidente, maior e mais distante.

     Mas de fato, pergunto: Será isso apenas uma ignorante falta de conhecimento dos projetistas ou uma deliberada nova forma de dominação, que afasta o povo do palco da festa e levanta um totem majestoso à glória do governador? Será este um novo símbolo de dominação, mais cruel e imponente? Porque o povo de Pirenópolis não se manifesta contra, como fez com a numeração dos mascarados? Será, então, que há uma anuência implícita a esta nova forma de poder e hierarquização? Se for assim, é certo que os tempos mudaram, mais forte que a tradição é o poder de dominação, que, de todo modo, faz parte de nossa tradição."

Texto de Mauro Cruz, publicado em pirenópolis.tur.br, acesso em 20.3.2012.
 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Semana Santa em Pirenópolis 2012



Sexta-feira – dia 3003
19h00 – Procissão de Nossa Senhora das Dores e Sta. Missa na Matriz 
Sábado – dia 3103
19h00 – Procissão de Nosso Senhor dos Passos e Sta. Missa em frente a Igreja do Carmo

Domingo de Ramos (procissão dos Ramos) – dia 0104
08h00 – Bênção dos Ramos em frente a Igreja do Senhor do Bonfim e Procissão encerrando com a missa na praça central (atrás da igreja matriz) – Coleta da Campanha da Fraternidade.
17h00 – Sta. Missa na Matriz
18h30 – Procissão do encontro (homens saem da igreja do Carmo e as mulheres da matriz e se encontram na Rua Direita)
19h30 – Sta. Missa na praça central

Segunda-feira Santa – dia 0204
19h00 – Procissão de Depósito de Nosso Senhor dos Passos saindo da Matriz para o Bonfim e Sta. Missa

Terça-feira Santa – dia 0304
19h00 – Sta. Missa na Igreja Matriz

Quarta-feira Santa – dia 04∕04
19h30 – Sta. Missa Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário

TRÍDUO PASCAL

QUINTA-FEIRA SANTA – DIA 05∕04
09H00 – Sta. Missa do Crisma – Catedral do Bom Jesus (Anápolis)
18h30 – Sta. Missa do Lava pés (I) na Matriz; 19h30 – Sta. Missa do Lava pés na Sta. Bárbara (Bonfim)
20h00 – Sta. Missa do Lava pés  (II) e Exposição do Santíssimo para a Vigília. Encenação da prisão de Jesus no pátio da Igreja Matriz.

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO – DIA 06∕04
Jejum (18 a 60 anos) e abstinência de carne (14 a 60 anos)
08h00 – via-crucis encenada, saindo da quadra da paróquia.
14h00 – Novena da Misericórdia
15h00 – Adoração da Santa Cruz e coleta para os lugares santos na Matriz; 15h00 – Adoração da Santa Cruz e coleta para os lugares Santos na Sta. Bárbara (Bonfim)
19h00 – Procissão do Senhor Morto saindo da Igreja Matriz

SÁBADO SANTO – DIA 07∕04
19h30 – Solene Vigília Pascal na Sta. Bárbara (Bonfim)
19h00 – Solene Vigília Pascal na Matriz
21h00 – Solene Vigília Pascal na Matriz
Procissão do Senhor Ressuscitado (Santíssimo Sacramento dentro da Igreja)

DOMINGO DE PÁSCOA (RESSURREIÇÃO) – DIA 08∕04
07h00 – Sta. Missa na Igreja Matriz
08h00 – Sta. Missa no Maiadô
09h00 – Sta. Missa na Igreja Matriz
10h00 – Sta. Missa na Lagolândia
15h00 – Sta. Missa na Capela
17h00 – Sta. Missa na placa
18h30 – Sta. Missa na Igreja Matriz
20h00 – Sta. Missa na Igreja Matriz

Fonte: Secretaria Municipal de Cultural e Paróquia N. S. do Rosário

sexta-feira, 16 de março de 2012

Reflexo no rio


Desce o rio crepitante
e um sussurro de delírio
entre dois apaixonados
que vem lá da ponte
faz refletir nestas águas
em pleno calor de pedras
na caldeira da tarde
a alma pirenopolina

 *
 *
Adriano César Curado

quinta-feira, 15 de março de 2012

Igreja do Bonfim


     A velha igreja, testemunha de tantos fatos históricos, uns notáveis, outros insignificantes, agora está quase pronta para voltar a ser templo. Uma reforma acudiu sua estrutura e descobriu um achado notável – velhas pinturas encobertas por sucessivas camadas de tinta.

      Escoaram os séculos, mas o Bonfim continua lá, bem em cima do morro, com a imagem de Jesus crucificado, de braços abertos como se quisesse abraçar a cidade toda. É recanto de peregrinação de devotos, é motivo de fascinação de turistas, é ponto de encontro dos cavaleiros de Cavalhadas após suas coreografias no campo.

      Pirenópolis sente a ausência da igreja do Bonfim e espera ver sua reforma concluída em breve, para deleite de todos que apreciamos as relíquias históricas de nossa amada terra.

Adriano César Curado

terça-feira, 13 de março de 2012

Em defesa de Pirenópolis



      Sobre a crônica do escritor João Asmar, publicada no Diário da Manhã do dia 10.3.2012, Caderno Opinião Pública, página 7, intitulada “Pirenópolis e carrapatos”, quero defender os pirenopolinos que, na década de 1940, não deixaram que os franciscanos destruíssem nossas tradições. Embora fossem religiosos caridosos e espiritualmente bem preparados, fracassaram em Pirenópolis porque não tiveram o bom-senso de entender a cidade. Chegaram com uma visão distorcida do folclore, imaginando idolatria na pessoa do Imperador do Divino com coroa na cabeça, não aceitaram cavalhadas e mascarados. Se os pirenopolinos não tivessem se recusado às imposições sem sentido dos religiosos, Goiás hoje estaria privado de parte significante de sua cultura.

Artigo de Adriano César Curado publicado no Diário da Manhã de 13.3.2012, Caderno Opinião Pública, p. 1

segunda-feira, 12 de março de 2012

Pirenópolis e carrapatos



     "Pirenópolis, terra mãe de Anápolis, possuía um vasto e rico território, envolvendo todo o nosso município. As suas fronteiras chegavam pertinho de Campinas, abrangendo toda a margem esquerda do Rio Meia Ponte, que lhe emprestava o nome no passado.

      Foi uma célula muito importante na vida de Goiás. Mas, desde quando conheci a vetusta cidade, há mais de sete décadas, ela não mudou muito. O casario, tipo colonial, na parte central, as igrejas, a rua Direita e a rua do Rosário conservam-se como dantes.

     Quando lá fui, pela primeira vez assistir as solenidades da festa do Divino Espírito Santo, fiquei meio atordoado com o foguetório, com os cavaleiros mascarados, galopando pelas ruas, aos sons das batidas fortes da zabumbas e com o apego à tradição das cavalhadas, das pastorinhas. O tiroteio das baterias de ronqueiras e os estrondos dos rojões espantaram-me. Tudo, tão antigo, para mim foi coisa nova. Foram marcantes a surpresa e o divertimento.

     E o jeito de falar do povo dali, então, era ligeiro, apressado no pronunciar as palavras, encurtando as sílabas. Faziam-me parar e pensar, procurando entender. Parecia estar vivendo uma época tão distante, perdido no tempo. Era comum o dito alusiva à boa terra, “Prinopislá”, contrastando com a vizinha cidade, Corumbá, em sua maioria habitada pelas famílias Fleury e Curado, onde era corriqueira a menção: “Corumbá de nóis”.

     Hoje as coisas por lá estão mudadas. O falar do seu povo, mercê do fluxo turista que invade a cidade, a ida de seus filhos para buscarem instruções e formação superior em outros lugares e também o desaparecimento dos mais antigos têm contribuído para a modificação que hoje se observa na maneira de se expressar dos legítimos pirenopolinos.

     A cidade tem muitas histórias. Gente importante, vultos notáveis da vida sociopolítica de Goiás saíram de lá. O progresso já bafeja o lugar e já estão aparecendo prédios novos e ricas mansões, rodeando o velho e histórico casario, com mostragens do modernismo.

     E o que agora se vê são os antigos casarões, germinados, adaptados, com reformas, para servirem como abrigo de visitantes, com pomposos nomes de pousadas.

     No longínquo 26 de janeiro de 1944, chegaram a Pirenópolis três sacerdotes franciscanos, integrantes do grupo de 14, que vieram compor a missão de São Francisco de Assis, no Brasil Central, procedentes dos Estados Unidos.

     Com formação religiosa avançada, o contraste lodo se estabeleceu. Enquanto os frades procuravam pregar o Evangelho de Cris, conforme a sua evolução cultural, os seus paroquianos se apegavam aos rituais da tradição mundana, misturando tudo com as celebrações folclóricas a ponto de provocarem choques no setor missionário.

     Houve alguns atritos com graduados chefes antigos, que não abdicavam do ritual externo, tão pomposo, do festeiro, da festeira, do imperador e das comemorações paralelas, que pouco tinha a ver com a religião anunciada pelos ditames da evolução evangélica dos franciscanos. Erra resistência provocou a saída dos frades de Pirenópolis e se espalharam por muitas outras cidade de Goiás.

     Desde que eles chegaram em Anápolis e adquiriram o acervo da Paróquia de Santana e o primeiro ginásio que funcionava sobe os auspícios da Cúria, fui convocado a lecionar. Foi um tempo feliz, onde pude consolidar a minha formação moral e cultural e ganhar um punhado de amigos, que passaram a ser meus irmãos.

     Um dia, inesperadamente, tive a notícia de que o meu grande amigo Frei Celson Hayes estava enfermo. Fui visitá-lo no Hospital Evangélico Goiano, ali internado. Foi uma surpresa, sim, porque ele era esportista e possuía uma excelente saúde.

     Encontrei-o acamado, vermelho como brasa, muito irritado, fora do comum, parecendo atacado de sarna brava ou de fogo selvagem.
Perguntei-lhe se sabia a causa do mal que o afligia, e ele me respondeu, sorrindo:
     ─ É consequência de Pirenópolis. Apanhei uns bichinho chamados carrapatos, que pregaram no meu corpo, provocaram muito irritação e coceira... e aí está o resultado. Mostrou o braço vermelho e inchado.

     De fato, certa noite o abençoado sacerdote fora procurado por alguém para socorrer uma pessoa que estava passando muito mal, à beira da morte. Levando o Sacramento, de batina, o boníssimo franciscano caminhou até a casa do doente, situada numa chácara, nos subúrbios da cidade, onde ministrou a extrema-unção.

     Ao regressar, não mais dormiu. Uma coceira contínua e irritante, vindo das pernas, foi se propagando pelo corpo todo, a ponto de atordoá-lo. Começou a sentir febre, pois ficou deveras agitado. Pegou o jipe e veio para Anápolis, sofrendo com o frio e com a poeira. Foi medicado e internado de imediato.

     Ao passar pelos trieiros, em meio às vassouras, ramos e carrapichos, foi colhendo bolas de carrapatinhos, que se espalharam por toda a roupa, passando para a pele. Daí o castigo.

     Muito tempo depois, em reunião festiva no Colégio São Francisco, quando se comemorava o cinquentenário da chegada dos franciscanos ao Brasil, lá estava o meu amigo Frei Celso e alguém o inquiriu: (…)
     ─ Exite, por acaso, alguma coisa que o senhor não gosta, em nosso País?
     ─ Sim!... Duas.
     Rápido, zombeteiro, respondeu:
     ─ Pirenópolis e carrapatos."

Crônica do escritor João Asmar, publicada no Diário da Manhã do dia 10.3.2012, Caderno Opinião Pública, página 7.

quinta-feira, 8 de março de 2012

A 60 km

     O Departamento Estadual de Transito instalou nas vias de chegada a Pirenópolis placas de sinalização com o limite máximo de velocidade de 60 km/h. A novidade surgiu no Carnaval 2012 e pegou muitos motoristas de surpresa.

      Para quem chega pela Rodovia Geraldo de Pina, por exemplo, logo após o posto da Polícia Rodoviária Estadual depara com uma placa, em plena curva. 

     De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, onde não há sinalização prevalece a velocidade máxima de 110 km/h. Então, o motorista está nesse limite e, ao chegar na curva, dá de cara com as placas de 60 km, tendo que frear bruscamente para não ser multado.

      Eu tenho cá minha dúvidas quanto aos resultados efetivos da sinalização. Houve algum estudo para a implantação dessas placas ali? Há a necessidade de segurar o carro a 60 km/h (velocidade quase parada para os veículos novos) naquele trecho da estrada?
Houve um projeto que as precedeu? Não seria mais viável determinar 80 km/h?

Adriano César Curado

quarta-feira, 7 de março de 2012

Desafio dos Fortes (Ciclismo)



     Mais duas provas para agitar o calendário 2012. O Desafio dos fortes fez tanto sucesso em 2011, que agora em 2012 o evento está de volta e com duas etapas.

1º Etapa dia 11/03/2012
(XCM)
Largada em frente a loja Jc Bikes – Alto do Bonfim.

2º Etapa Dia 01/07/2012
(XCO)
Concentração na Pousada Mesquita.

Todas Informações no site www.jcpirenopolis.com

terça-feira, 6 de março de 2012

Minha Pasárgada



     “Um dia desses resolvi prestar atenção na conversa do pessoal do trabalho e comecei a rir sozinha. Era véspera de Carnaval e o tema era onde cada um passaria o feriadão. A parte que me deliciei era que, de cada 10 pessoas, 10 planejavam vir a Pirenópolis. Alguns tinham intenção de descansar, aproveitar as cachoeiras; outros, de curtir a festa. Tinha ainda os que queriam passar apenas o dia.

      Que magia é essa que envolve a Terrinha? Juro que, objetivamente, não sei dizer. Falta infraestrutura turística, preparo para a recepção dos visitantes… Mas então comecei a lembrar dos detalhes de minha cidade. Aquele céu naturalmente magnífico, o ar puro, o sol maravilhoso que só os sábados de Piri sabem ter. Lembrei das ruas de pedra, das casas antigas (cheias de lembranças), da Igreja (linda!), da ponte, dos quintais. Fui ainda mais longe quando senti o cheiro das quitandas saindo do forno da avó, senti o vento fresco no rosto daquela sombra da mangueira… e juro, cheguei a ouvir parte do hino do Divino.

      Sabe, essas coisas de alma não tem jeito mesmo! Voltei então à realidade e percebi que eu continuava em frente ao computador daquela sala impessoal, com aquele ar condicionado de doer os ossos… Senti um aperto, era mesmo saudades. Estava na hora de fazer as malas.

      Mesmo com problemas, mesmo às vezes sentindo que Pirenópolis poderia crescer, evoluir com mais empenho; tenho que admitir: depois de uma semana pesada, ter onde me esconder é bom demais! Bandeiras não é o único a ter uma Pasárgada. Amém!”

Texto de Thamyris Fernandes, publicado em AGITA PIRENÓPOLIS