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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A música em Pirenópolis




Nossa Pirenópolis, que já foi o berço da imprensa, da música e da cultura em geral em Goiás, precisa revelar novos talentos. E sei que não faltam bons candidatos a segurar o bastão que recebemos dos antigos. O problema é a vida moderna, a internet, as redes sociais, os celulares e por aí vai. Essas inovações atuais tiram o foco da juventude e faz ficar em segundo plano o aprendizado cultural.

Por aqui já passaram grandes mestres da música, por exemplo. Eram verdadeiros gênios que souberam desenvolver a arte da Euterpe e levá-la a patamares elevadíssimos. Cito Tonico do Padre, Mestre Propício, Major Silvino de Siqueira, entre tantos outros. 

No entanto, recentemente a Escola de Música da Banda Fênix abriu vagas para novos alunos e a procura foi insignificante. Uma oportunidade dessas, de estudar música de graça, não parece atrair a atenção da moçada atual.

É uma pena que assim seja. Se não alimentarmos de azeite o candeeiro, amanhã corremos o risco de ficarmos no escuro.

Adriano Curado

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Parque Municipal Rio das Almas


Sinto falta de comprometimento e de propostas ambientais para o Rio das Almas. Nenhum candidato propôs um projeto ou alguma proposta para a conversação de nossos mananciais de águas. As nascentes dos córregos que abastecem Pirenópolis com água potável devem ser transformadas em parques municipais, assim como as margens do Rio das Almas no trecho que corta a cidade, incluindo os Córregos Pratinha e Lava Pé, evitando assim as ocupações irregulares que essas áreas vêm sofrendo ultimamente!

Texto e foto: Cristiano Costa

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Homenagem a Teninho


A morte é sempre inesperada. Não importa se a pessoa já é mais velha, se está doente..... Quando chega, o momento é sempre inoportuno. Faltou um abraço, uma despedida, um só momento a mais. Faltou ver mais um olhar, mais um sorriso, ouvir só mais uma vez a sua voz. A morte é a dona do tempo!

Texto e foto: Miriam Almeida

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

HOSPITAL ERNESTINA CELEBRA DIA NACIONAL DE DOAÇÃO DE ORGÃOS

 Reconhecendo a importância de esclarecer aos usuários sobre os benefícios em doar órgãos, a unidade promove iluminação esverdeada e vídeos educacionais na recepção

O Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ) participa, no dia 27 de setembro, do Dia Nacional de Doação de Órgãos. A unidade celebra com faixas em sua porta principal, que foram inseridas nesta terça-feira (20), e já está com iluminação verde – cor que faz alusão à doação de órgãos – no jardim de frente ao hospital desde o início do mês, além de exibição de vídeos na recepção sobre o tema.

O objetivo da ação é incentivar o cidadão a conversar com os familiares sobre doação de órgãos e deixar claro da sua intenção de ser um doador. Além disso, o hospital considera importante frisar que o tema da doação de órgãos não deve ficar restrito ao ambiente médico, mas sim que as pessoas pensem sobre a doação no seu dia a dia, para que, cada vez mais, esse ato parta de uma decisão consciente tomada ainda em vida.    

 A Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) das unidades, grupo multidisciplinar que possui a responsabilidade de explicar o funcionamento da doação de órgãos, auxilia na funcionalidade do processo, tornando-o mais ágil e eficiente, e garantindo que ele está de acordo com os parâmetros éticos e morais.

A gestora de humanização do HEELJ, Helga Jaime, enfatiza a importância de celebrar este dia no hospital. “Muitos usuários não sabem como funciona a doação de órgãos, quais os benefícios que ela gera e como proceder para autorizar. Por isso, o Hospital Ernestina faz questão de promover ações de esclarecimento e incentivo. Doar órgãos é um ato de compaixão”, afirma.
 
Texto e foto: Mariana Faria - Jornalismo

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O sumiço das assombrações

Você já notou que as assombrações sumiram do imaginário popular? Creio que isso é fruto da modernidade. Hoje as pessoas não têm mais tempo para essas extravagâncias, preferem assistir televisão ou acessar internet. Mas houve tempo em que eram bem recorrentes os causos de aparições.

Lembro-me da infância na fazenda de meu avô José, quando ao final do dia a peonagem se sentava ao pé de um fogão a lenha, enrolava o cigarro de palha, trocava um dedo de prosa até chegar a hora de dormir, E naqueles bons tempos se dormia cedo. Fato é que, lá pelas tantas, sempre se ouvia uma narrativa do outro mundo. Eu ficava ali de olhos bem arregalados, coração palpitante, e quando ia dormir estava tão impressionado que ouvia passos e arrastar de correntes a noite toda.

Um dia meu avô, que era um cético, depois de ouvir o que ele classificou de baboseiras, levantou-se e disse em alto e bom som que não acreditava em nada daquilo. E completou: "Se existir alma de outro mundo, que chame meu nome". Mal terminou de falar e ouvimos lá de fora: "Zé!"

Foi um pandemônio na fazenda. Meu avô achava que era uma brincadeira de mal gosto. Acendeu luzes, piscou a cachorrada e pôs todos a averiguar. Mas não havia ninguém. Ali na cozinha estavam todos que se encontravam na fazenda naquele momento. Nunca soubemos explicar isso.

Outro fato perturbador ocorreu na nossa casa na Rua Nova, aqui em Pirenópolis. Minha avó Maria nos contou que certa madrugada, quando minha mãe (Marta) e minha tia (Beatriz) eram crianças pequenas, meu avô na fazenda, ela começou a ouvir móveis que se arrastavam na sala de visitas. Depois as jarras se lançaram ao chão e mesas e cadeiras passaram a se debater com bastante força. Devagar, sem que as filhas acordassem, foi até a porta do quarto e a fechou. No outro dia não havia nada quebrado e tudo estava no devido lugar.

Ainda na mesma casa, contou-nos Josafá Benedito Gomes, o saudoso Diquinho, que ele, quando solteiro, tinha um comércio onde hoje está a farmácia do Hélio Forzani, ponto comercial da casa. Numa noite, quando meus avós estavam para a fazenda e ele dormia sozinho na casa, num colchão sobre o balcão da venda, começou a ouvir arrastar de móveis e gemidos que vinham lá de dentro. Amanheceu sentado no meio-fio. E quando finalmente abriram a casa no outro dia, nada estava fora do lugar.

E há muitas histórias ainda mais antigas. Lembro-me de uma que me contou dona Lélia de Pina Amor sobre um cavaleiro que zanzava na Rua Nova na alta madrugada. Esse relato era narrado pelos mais antigos e diziam que houve até uma testemunha. Foi dona Eufêmia de Pina, filha do Mestre Propício, quem presenciou. Contava ela (Eufêmia) que acordou à noite com o resfolegar de um cavalo próximo à tabuleta da janela e quando olhou pela fresta, viu a aparição vestida de general antigo, com galões dourados pendentes no ombro. De repente disparou em galope e sumiu.

Nestes atuais tempos sem poesia e romantismo, até as assombrações fazem falta. Mas para não deixar que velhas histórias se sumam, na Fazenda Babilônia há um evento interessante. À noite apagam as luzes e os presentes contam as histórias mal-assombradas que conhecem. Deve ser deliciosamente assustador.

Adriano Curado

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Apelo de um pirenopolino


Amigos conterrâneos, vamos votar em pirenopolinos natos. Não tenho nada contra os novos pirenopolinos, mas vamos ajudar os nossos conterrâneos, pois nada vai mudar se elegermos os recém-chegados que estão atrás de aumento de sua receita e não da defesa da cidade e da população. São candidatos que não terão coragem de dizer não ao executivo quando precisar e muito menos denunciar as trapaças feitas pelo prefeito e vereadores. Levar ao conhecimento da população os nomes dos vereadores que votarão contra projetos que serão de grande importância para a cidade e população. 

Nenhum vereador preocupa em  colocar a população ao par da situação que vive a Câmara e o Executivo. Outros se calam para não ir contra o partido, o que prova que estão aí, não para defender o bem comum, mas o do partido. 

Portanto, em resumo, é isto que precisamos olhar. Não vamos votar em parentes, amigos, vizinhos ou pagando favores. Mas vamos votar em quem tem coragem e decência de realmente nos defender e defender os bens públicos e fiscalizar com HONESTIDADE as VERBAS. Depois que são eleitos esquecem todos os programas das campanhas políticas. Vamos mostrar que somos conscientes e esclarecidos. Portanto vamos votar em quem realmente AMA PIRENÓPOLIS e não apenas gosta, pois estes quando a coisa não estiver de acordo com seus interesses vão embora para a sua terra natal ou outro centro onde possam ganhar mais. Vamos valorizar e ajudar o que é nosso. 

Sou apenas um eleitor pirenopolino da classe média baixa. Mas tenho consciência do meu dever e espero que todos pensem nisso. Vamos ajudar a melhorar a nossa cidade não com obras inacabadas ou super faturadas, mas com obras simples e de importância para a população e que funcionam e que a população possam usá-las. 

Que o DIVINO ESPÍRITO SANTO ilumine a consciência de cada eleitor para que possam fazer suas opções.

Valdo Lúcio Cardoso

Ouro Fino, adeus


A tristeza imensurável do Arraial do Ouro Fino se diluindo. Apenas uma casa e a igreja a ruir no desespero das horas finais. Só os passarinhos assistindo a tristeza do fim; o clamor dos santos nos altares. Pouco a pouco o silente desabar da antiga igreja dos idos dos setecentos, Nossa Senhora do Pilar a se despedir da paisagem tão evocativa, com a sombra dos morros distantes; o sertão perdido onde tudo começou na saga bandeirante. Eu vejo o mesmo arraial nos tempos áureos, os escravos, as sinhazinhas, as pequenas ruas, as chaminés das casas no calor dos fogões, o seminário com seus estudantes, a água fria dos rios. Ouço o grito do passado e as angústias dos que desapareceram naqueles recantos. Tudo tem alma, impregnada nos morros, nas árvores, nos escombros. Pulsações telúricas de um povo-chão. Por que não surgiu, ali, uma alma piedosa que ajudasse a sustentar a igreja? Como não doeu no coração dos goianos daquele tempo o apagar silencioso de um lugar tão importante? Como foi possível desaparecer do cenário de Vila Boa, o aprazível recanto, sem que a ninguém doesse fundo? Qual foi o último que saiu de lá, deixando atrás de si os escombros? Ah, meu Ouro Fino querido, eu te vejo no cenário dos meus olhos e te reconstruo inteiro no meu pensamento. Sua igreja, o cruzeiro, as velhas casas, o grande seminário, a estrada vermelha a se perder entre os alcantilados tão íngremes da Serra Dourada. Tens algo de épico, de imaginário, no agreste da paisagem calada e impressionante. Das tristezas dos goiazes você é, recanto amado, a dor maior. Ouro Fino, adeus!

Bento Fleury

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Roque Pereira


Este blogue presta uma homenagem a Roque Pereira, o artista dos móveis artesanais, pessoa que consegue transformar troncos retorcidos em obras de arte. Hoje tem muita gente que faz isso em Pirenópolis, mas Roque foi o pioneiro.

Ele é uma figura humana marcante e apaixonada pela vida. Foi muito amigo de meu pai, Luiz César, e se deixavam ficar semanas afora nas pescarias no Araguaia.

Tal qual Jonas Siqueira (Biti), tem uma vivacidade intelectual incrível para trocadilhos e piadas rápidas. Às vezes é tolerância zero, principalmente com pessoas que falam o óbvio. Mas a maioria das vezes está de bom humor.

A esse personagem tão singular de Pirenópolis, nossa homenagem.

Adriano Curado

Crédito da foto: Heráclito Zanoni Pereira

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

HOSPITAL ERNESTINA IMPLEMENTA PROJETOS DE HUMANIZAÇÃO

Buscando a excelência no atendimento aos seus usuários, a unidade promove ações que humanizam a assistência hospitalar


A palavra humanizar remete ao seu significado da forma mais singela: tornar humano. Cabe, então, o questionamento: o que é tornar algo humano? O Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ), localizado na cidade de Pirenópolis, ilustra em vários exemplos este conceito. A unidade vem adotando cada vez mais projetos, a fim de promover a humanização da assistência à saúde.

Desde julho, o hospital já implantou pelo menos cinco novos projetos, voltados para o bem-estar não apenas de seus usuários, mas também de seus colaboradores. A gestora de humanização do HEELJ, Helga Jaime, fala sobre a relevância da implantação de projetos na unidade. “Consideramos extremamente importante que o usuário e os colaboradores se enxerguem como seres humanos únicos e complexos, que merecem ser tratados com respeito e dedicação”, afirma.

A primeira iniciativa implantada foi a Feira Mistura de Tudo, dedicada aos trabalhadores, que acontece agora uma vez por mês. Idealizada por Helga, a feira é composta exclusivamente pelos colaboradores da unidade, que podem expor seus produtos para venda aberta à comunidade. A ação visa estimular a criatividade, bem como proporcionar uma renda alternativa a estes funcionários.

O Hospital Ernestina inaugurou também projetos de entretenimento educativo aos seus usuários. É o caso do Projeto de Educação Continuada, iniciado em agosto, em que um profissional da equipe multidisciplinar da unidade apresenta, semanalmente, um vídeo referente ao seu processo de trabalho, fornecendo informações sobre suas atividades. O vídeo veiculado é sempre educacional, apresentando o conteúdo de forma simples e lúdica.

O Projeto Cinema nas Enfermarias possui, idem, caráter educativo. Essa inciativa tem o enfoque terapêutico de minimizar o estresse da internação, melhorar a rotina dos pacientes e contribuir com a qualidade de vida dentro do hospital, através da veiculação de filmes com histórias leves e animadas. O intuito é reproduzir uma temática que possa auxiliar na autoestima de todos.

Além destes, foi introduzida no HEELJ a Comissão da Alegria, responsável por divertir os pacientes e trabalhadores semanalmente. Composto por voluntários da comunidade, o grupo está encarregado de conversar, tocar violão, cantar, contar histórias e distribuir lápis de cera, tinta e papel para os enfermos. Helga Jaime afirma que as ações instauradas obtiveram sucesso. “É gratificante perceber a aceitação destes projetos, o que significa que temos resultados positivos quanto ao processo humanização que possibilita compartilhamento de vivências entre os usuários”, comenta a gestora.

Texto e foto: Mariana Faria Jornalismo

Treição Cia. De Artes


O espetáculo é o trabalho inaugural da Treição Cia. De Artes que, com apoio do Fundo Estadual de Arte e Cultura, está em turnê pelo Estado e tem apresentação única em Pirenópolis no dia 18 de setembro, no Teatro de Pirenópolis. A entrada é franca. No mesmo dia será realizada uma oficina de dramaturgia no Colégio Estadual Comendador Christovam Oliveira, das 10h às 12h. As inscrições são gratuitas!

Serviço
Oficina: Dramaturgia
Data: 18 de setembro (domingo)
Horário: 10h à 12h
Local: Colégio Estadual Comendador Christovam Oliveira
Inscrições gratuitas no dia da oficina.


Espetáculo: Treição – Os beija-flores vêm beijar seus corações
Grupo: Treição Cia de Artes
Data: 18 de setembro (domingo)
Horário: 19h
Local: Teatro de Pirenópolis
Entrada franca

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Seduce realiza I Seminário de Educação Integral em Tempo Integral

Evento, que tem a parceria do Instituto Ayrton Senna, será realizado em Pirenópolis e irá debater a educação integral

Começa nesta segunda-feira, 12/9, e vai até quarta-feira, 14/9, o I Seminário de Educação Integral em Tempo Integral promovido pela Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), em parceria com o Instituto Ayrton Senna.

 A abertura oficial do seminário ocorrerá na segunda-feira, às 19h30, e contará com a presença da secretária de Educação, Cultura e Esporte, Raquel Teixeira, que falará sobre a Escola de Tempo Integral em Goiás. Autoridades e representantes do Instituto Ayrton Senna também estarão presentes no evento​.

O seminário, que será realizado em Pirenópolis, no interior do Estado, deverá ter a participação de 600 gestores e professores das equipes pedagógicas da rede pública estadual de ensino e tem o objetivo de discutir o conceito e a importância da educação integral, bem como o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e a integração curricular.

Ao longo dos três dias do seminário, serão realizadas palestras, trabalhos em grupo e apresentações culturais. Na terça-feira, 13/9, Mozart Neves Ramos, diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, e Anna Penido, diretora do Inspirare, participarão com palestras sobre educação integral e protagonismo juvenil. Na quarta e último dia do evento, participam Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper, além de David Saad, diretor-presidente do Instituto Natura, que abordarão o desenvolvimento de competências socioemocionais e os impactos da educação integral.

O evento marca a discussão da educação integral em Goiás. Para a superintendente de Ensino Fundamental da Seduce, Márcia Antunes, o seminário irá ampliar o entendimento da importância da educação integral na formação dos sujeitos, dos cidadãos. “A expectativa é de que os participantes voltem para as unidades de ensino com mais clareza, com mais compreensão do que é a educação integral, que vai além da ampliação do tempo na escola”, afirma a superintendente.  

Números
Atualmente, a Seduce tem 159 unidades onde é oferecida a educação em tempo integral para alunos do Ensino Fundamental e 21 escolas com Ensino Médio em Período Integral.

Fonte: Comunicação setorial da Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte (Seduce Goiás)
Fone: (62) 3201 3004

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Candidatos

Tem tanto candidato que aborda a gente na rua e conta um blá-blá-blá sem fim, que até custa a gente acreditar. Poucos têm uma política séria voltada para a cidade de Pirenópolis. Notei que a grande maioria não sabe bem o que significa ocupar o cargo a que se candidatou. 

Mas o melhor de tudo é que eu os embaraço com perguntas tipo: Qual sua posição sobre o time share do Bonfim? Você é a favor da demolição do cavalhódromo? Pousadas e restaurantes devem ser tributados com efetividade? Daí a gente vê o tamanho da alienação dessa gente.

Não gosto de política partidária. Nunca o caro leitor terá o desprazer de me ouvir pedir-lhe um voto para mim. Gostaria muito que político no Brasil deixasse de ser uma profissão para se tornar um sacerdócio. Meu avô José de Pina foi vereador na década de 1960. Não recebia nada dos cofres públicos, e ainda tinha que sair da fazenda montado a cavalo para comparecer às sessões.

Está difícil escolher um candidato em Pirenópolis. Os pretendentes terão que se desdobrar bastante para me convencer. E eu não sou uma pessoa impressionável.

Adriano Curado

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Meia Ponte e a Independência do Brasil


No dia de hoje se comemora a Independência do Brasil. E é também oportunidade de relembrarmos um ilustre pirenopolino, herói de guerra que criou um exército capaz de dar ao Príncipe Regente, D. Pedro, a segurança para nos livrar do Império Português. Falo do Marechal Joaquim Xavier Curado, criador do Exército Nacional.

Xavier Curado nasceu em Meia Ponte (hoje Pirenópolis) na Fazenda Santa Rita, que ficava distante a 18 quilômetros dessa povoação, e onde seu pai, José Gomes Curado, era juiz ordinário e dono de engenho de beneficiamento de cana-de-açúcar. Depois da morte do pai, a mãe se mudou para Jaraguá e ele foi para o Rio de Janeiro seguir carreira no Exército.

Dom Pedro, Príncipe Regente do Brasil, e depois Imperador

Em 26 de abril de 1821, D. João VI e sua corte deixavam o Brasil, acompanhado por 4 mil pessoas. Mas deixou seu filho D Pedro como Príncipe Regente, na esperança de que no futuro herdasse do trono português. 

Ocorre que grande foi a pressão para que também D. Pedro retornasse a Portugal e ele já estava prestes a cumprir tais determinações, o que seria um golpe mortal aos interesses brasileiros de verem-se livres dos colonizadores.

Foi então que entregue a D. Pedro um abaixo-assinado com milhares de assinaturas de brasileiros que pediam comoventes que ele ficasse. Era o dia 9 de janeiro de 1822 (Dia do Fico), quando foi dita a famosa frase: “Se é para o bem  de todos e felicidade geral da não, diga ao povo que fico”.

 
Mosteiro de São Bento, Rio de Janeiro

 No entanto, o Comandante do Exército do Império Português no Brasil, General Jorge Avilez, não gostou dessa atitude e, disposto a pôr fim às pretensões brasileiras de independência, numa demonstração de força, cercou o Rio de Janeiro,  distribuindo os soldados do Morro do Castelo ao Mosteiro de São Bento. Queria com isso obrigar D. Pedro a retirar-se do Brasil.

Como resposta à movimentação bélica de Avilez, espontaneamente o povo carioca começou a se juntar no Campo de Santana. Formava-se ali um esboço de milícia de maioria parda, negra e pobre. Levavam suas armas pessoais, chegavam montados ou a pé. Uma demonstração cívica de grande significado, embora certamente desastrosa se necessitasse de confronto com o organizado Exército do Império.

Campo de Santana
 E foi então que, no dia 12 de janeiro de 1822, chegou ao Campo de Santana o General Curado, veterano de tantas guerras, queridíssimo pelo povo. Foi aclamado com palmas e vivas, e sua presença deu novo ânimo aos brasileiros. Com sua experiência organizou o bagunçado aglomerado de gente e em pouco tempo já estavam distribuídos em batalhões de milhares de homens comandados por oficiais por ele designados.

Tudo isso surpreendeu e assustou o general português. O Morro do Castelo foi cercado por terra por Xavier Curado e pelo mar por Rodrigo Delamare. Rendia-se o Império e suas tropas retornavam a Lisboa. 

Em 7 de setembro de 1822, à margem do Ipiranga, era proclamada a Independência de Brasil.

O grito do Ipiganra, Pedro Americo, 1888, Museu do Ipiranga

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Fotografia histórica


Festa do Divino. 1925. Imperador: Horácio Alfredo de Sá (meu bisavô materno). A casa foi inaugurada com a Festa.

Texto e foto de Sérgio Pompêo de Pina Jr.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Laurita Vitoriano da Veiga

SÉRIE BIOGRAFIAS
LAURITA VITORIANO DA VEIGA 

Laurita Vitoriano da Veiga (Campos Belos, 19/07/1939) é cantora, folclorista, bordadeira, professora, griô e rezadeira.

Filha de Austeclínio Vitoriano e de Idalina da Veiga, embora tenha nascido em Campos Belos/GO, mudou-se para Pirenópolis com um ano de idade, cidade natal de sua mãe, onde mora até hoje. Foi criada pela mãe e pelo padrasto, Sebastião Profeta do Amaral (Bastião de Chica), e ganhou dez irmãos.

Bastião de Chica, padrasto de Laurita, homem de grande sabedoria
  A lembrança mais antiga que tem é de quando morava com seu bisavô Joaquim Augusto Pereira da Veiga. Com apenas três anos de idade já participava das rezas e dos terços com ele e sua mãe. O primeiro hino que aprendeu com seu bisavô foi o Hino de Nossa Senhora da Conceição. E aos poucos aprendeu vários outros, pois cresceu acompanhando e participando das rezas.

Como é a mais velha dos irmãos, trabalhou muito e ajudou a criá-los, mas nem por isso deixou de brincar e cantar. Cantar era o que mais gostava. Aprendeu as primeiras letras em casa, pois naquela época só se ia à escola depois de conhecer o alfabeto. 

Casarão onde funcionou a Escola Com. Joaquim Alves
Estudou muito pouco. Só fez o primeiro ano (hoje ensino fundamental) na Escola Comendador Joaquim Alves de Oliveira, que funcionava na casa que hoje pertence aos herdeiros de José d'Abadia (Zé do Pina).

Laurita fazia de tudo um pouco. Lavava roupa no rio - roupa da família e também para fora, um meio de ganhar dinheiro. Do mesmo modo, cozinhava, fazia adobe, buscava lenha no mato, vendia legumes e frutas, ajudava a matar porco, fazia farinha, socava arroz no pilão, fazia aberém e catava frutos do mato. 

Outra atividade sua era garimpar o mineral rutilo no Rio das Almas e também na terra. Leone Mendonça comprava e vendia para a produção de veículos durante a Segunda Guerra Mundial. 

Aprendeu a bordar muito cedo com sua mãe. Bordava e ainda borda vários tipos de pontos.

Cresceu com participação ativa nas rezas e terços. Foi com sua madrinha Rita Moreira, com sua mãe Idalina e com Maria Isabel da Veiga, mais tarde sua sogra, que aprendeu mais rezas e hinos. Aprendeu também difícil hino religioso Resposta do Perdão, e todos os cânticos das procissões.

Com 18 anos casou-se com o sapateiro Benedito Consuelo da Veiga (Dito Consuelo), com quem teve oito filhos. Seu esposo também fazia parte do grupo de rezadores. Com o tempo, o casal ficou responsável pelas rezas. E após o falecimento de seu marido, seguem apenas dona Laurita e duas de suas filhas com a tradição que já está no fim. 

Foi com o dinheiro dos bordados, especialmente enxovais de bebês e noivas, que tirou o sustento da família e ajudou no estudo de todos os filhos.

Reinado de N. S. do Rosário em Pirenópolis
Em 2007 seu esposo, Benedito Consuelo da Veiga, foi Imperador da Festa do Divino Espirito Santo, quando ela comandou os terços dos cavaleiros e principalmente a cozinha para centenas de pessoas. Fez ainda o Reinado de Nossa Senhora do Rosário e o Juizado de São Benedito em pagamento de uma promessa.

Laurita e seu esposo, com um grupo pirenopolino, participaram da gravação de um LP (Long-Play) intitulado:  Música do Povo de Goiás. Trabalho de alunas da Universidade Federal de Goiás (UFG), sob orientação do maestro Braz Wilson Pompêo de Pina Filho e da soprano Maria Augusta Calado, com apoio da Secretaria de Educação e Cultura.

Participa do Grupo dos Griôs da Guaimbê desde 2005 até hoje, onde atuou  em várias peças de teatro: Domingas e sua Burrinha, Opereta Caipira, O Tal do Quintal, Memorial dos Ossos, dentre outras. O griô é um indivíduo que numa comunidade detém a memória do grupo e funciona como divulgador de tradições.

Foi tema nos livros: Caminhando com as Guerreiras - Criação Guaimbê, 2008; Flor de Pequi: Brincadeiras Populares – Criação Guaimbê, 2008; 

Coparticipou dos livros: Caminhos de Pirenópolis – Criação Guaimbê; A Vida Diferente – Criação Guaimbê, 2008; Andanças pelo Goiás – Criação Guaimbê, 2008; Brasil Memória em Rede: Um Novo Jeito de Conhecer o País – editora Casa Aberta, 2010; Criancerias de Quintal – Criação Guaimbê, 2015.

Participou também das gravações dos seguintes Compact Disc (CD): Extremosa Rosa, com Roberto Correa, 2001 no Zen Studio, Brasília. Cantos de Presépio e Cantos de Mutirão – Coleção Vozes do Bonfim, 2008.

Foi presidente do grupo Renascença da Terceira Idade de Pirenópolis de 2002 a 2004. Atualmente é vice-presidente da Associação de Mulheres do Bonfim, onde desenvolve trabalho voluntário com aulas de bordado.

As modas do cancioneiro popular foram aprendidas com sua mãe e até hoje canta nas festas e serestas.

Eleita para a Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música (APLAM), tomou posse em 27/08/2016, Cadeira XL Patrono: Marlene Fleury.

Posse dos novos Membros Efetivos da APLAM
 Créditos:
- Texto baseado no trabalho de pesquisa de Laurita Vitoriano da Veiga e de sua família.
- Foto do perfil: Thais Valle

Adriano Curado