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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Posse na Academia de Letras


Quem é amante da cultura regional não pode perder a posse dos novos Membros Efetivos da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música (APLAM), que será no prédio do Teatro, dia 30 de agosto, às 19 horas. Tomarão posse José Joaquim do Nascimento, Aline Santana Lôbo e Tereza Caroline Lôbo.

Na ocasião, haverá a participação da Banda de Música Santa Cecília, da cidade de Jaraguá. Além disso, durante o evento, ocorrerá um sarau cultural com apresentações musicais e declamação de poesias.

Participe, prestigie a cultura goiana.

Adriano Curado
Presidente da APLAM

Pirenópolis realiza eleição para escolha de Conselheiros Tutelares


O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), no uso de suas atribuições legais e de acordo com o art. 139 da Lei Federal nº 8.069 (ECA) e Lei Municipal nº 09 de 15/10/93, torna público o processo de escolha dos Conselheiros do Conselho Tutelar com mandado de 04 (quatro) anos, conforme recomendação do CONANDA, Resolução nº 170, de 10 de dezembro de 2014, no período de 2016 a 2019, nos termos que constam neste edital.

São oferecidas 05 (cinco) vagas para membros efetivos e 10 (dez) suplentes, permitida uma única recondução, através de novo processo de escolha.A carga horária é de 30 horas semanais, sendo o atendimento ao público de 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, domingos, feriados e à noite, os conselheiros ficarão de sobreaviso.

Requisitos:
  • Reconhecida idoneidade moral;
  • Ter idade a partir de 21 (vinte e um) anos, até o encerramento das inscrições;
  • Residir no município de Pirenópolis a mais de 02 (dois) anos (devidamente comprovado);
  • Apresentar, no momento da inscrição, certificado de conclusão do Ensino Fundamental;
  • Estar em gozo de seus direitos políticos;
Inscrições
Documentos necessários:
  • Preenchimento da ficha de inscrição;
  • Certificado de antecedentes criminais;
  • Cópia da cédula de Identidade e do CPF;
  • Cópia do comprovante de residência,
  • Cópia do Certificado Quitação Militar para os candidatos do sexo masculino;
  • Cópia do certificado de conclusão de Ensino Fundamental;
  • Cópia do Título Eleitoral, com comprovante da última eleição ou justificativa do último pleito eleitoral, comprovando estar em gozo dos direitos políticos;
Período: 04 de agosto a 28 de agosto do corrente ano, nos dias úteis, no horário de 08h30 as 16h30.

Local: Centro de Referência da Assistência Social – CRAS, e na Rua Emanuel Jaime Lopes, e Secretaria Municipal de Cultura Esporte e Lazer, na Av. Bernardo Sayão, Centro, (Museu do Divino, Casa de Câmara e Cadeia);

Não será efetuada a inscrição na falta de quaisquer documentos. É vedada a entrega dos documentos necessários à inscrição após o encerramento das inscrições.


Pirenópolis recebe simpósio sobre o avanço do turismo goiano


É com satisfação e imensa alegria que a Goiás Turismo e a Prefeitura de Pirenópolis, dentro do Projeto de “Fortalecimento Institucional da Gestão do Turismo de Goiás”, convidam para o Simpósio da Região do Ouro, com palestras e oficina de trabalho de direcionamento estratégico em Pirenópolis, no dia 26 de agosto, às 9h.

AGENDE-SE:

Estão convidados todas as entidades do turismo do destino-sede e da região turística (agentes públicos, empresários e associações).

Sua presença é fundamental para o desenvolvimento da atividade que mais cresce em nosso Estado.
Programação:

9h – Abertura

9h30 – Oficina “Direcionamento Estratégico com a Barcelona Médio Inovação

14h – Gestão Compartilhada de Destino – Circuito do Ouro. Palestrante: Isabella Ricci

16h – Oficina de Gestão Estratégica das Governanças Regionais – Fabrício Amaral

Data: 26 de agosto
Local: Universidades Estadual de Goiás

Fonte http://www.pirenopolis.go.gov.br/pirenopolis-recebe-simposio-sobre-o-avanco-do-turismo-goiano/

Campanha de vacinação contra a paralisia infantil acontece de 15 a 31 de agosto







A Secretaria Municipal de Saúde de Pirenópolis realizou no último sábado o Dia D de Vacinação contra a Paralisia Infantil. Segundo o secretário da pasta, Hisham Hamida, mais de 600 crianças foram imunizadas, atingindo 47% da meta. “Atingimos um número significante já no início da campanha, nossa expectativa é que logo concluiremos a cobertura de todas as crianças que se enquadram no grupo de vacinação – maiores de seis meses a menores de cinco anos. É importante que os pais compareçam com seus filhos para receberem essa vacina, com a caderneta de vacinação, para que seja feita a atualização da mesma, garantindo assim que a criança não fique com nenhuma vacina atrasada”, salientou o secretário.
Unidades de vacinação:
  • Estratégia Saúde de Família Centro I
Endereço: Rua Santa Bárbara nº12, Qd. 59, Lt. 35, Alto do Bonfim.
Telefone: 3331-2179
  • Estratégia Saúde da Família Alto do Bonfim II
Endereço: Rua Araguari Qd. 09 Lt. 23, Jardim Estrela Dalva I
Telefone: 3331-1970
  • Estratégia Saúde da Família Dr.Cynval de Carvalho II
Endereço: Rua Abércio Ramos Godinho, Qd. 07, Lt. 03, Vila Vulpina Alto da Lapa
Telefone: 3331-1320
  • Estratégia Saúde da Família Estrela Dalva V
Endereço: Rua José Hermano da Conceição, Qd.01, Lt.02, Jardim Estrela Dalva II
Telefone: 3331-3123
  • Estratégia Saúde da Família Nilton Moreira de Farinha IV
Endereço: Rua Lago das Rosas S/N Centro – Distrito de Jaranápolis
  • Estratégia Saúde da Família Teodorico Barbosa
Endereço: Avenida Principal S/N, Povoado de Placa

Pirenópolis está concorrendo o título de melhor cidade turística de Goiás







Foi anunciada na última sexta-feira, 14, uma pesquisa popular envolvendo 51 municípios goianos, que foram escolhidos a partir de uma base de dados da Goiás Turismo, para concorrer o título de melhor cidade turística de Goiás. A cidade mais votada será destaque de capa da próxima edição do Curta Mais, o maior guia turístico de Goiás com distribuição no aeroporto, hotéis, táxis e nos pontos mais estratégicos de Goiânia. “É a chance da cidade eleita ser ainda mais conhecida em todo Brasil e até no mundo! As 10 cidades mais votadas também serão premiadas com destaque na edição comemorativa nº 100 do guia Curta Mais. Uma publicação histórica para o turismo regional, além da cobertura completa em toda multiplataforma digital Curta Mais e o selo oficial Curta Mais Goiás. O que vale agora é o voto popular”, explicou o jornalista Marcelo Albuquerque, CEO do Curta Mais.

Para o secretário municipal de turismo, Sérgio Rady, a proposta da Goiás Turismo irá movimentar as cidades concorrentes. “Em um Estado com tantas belezas não será uma disputa fácil. Acredito que os participantes deverão avaliar requisitos importantes para um destino turístico como: qualidade de hospedagem, variedade de bares e restaurantes, acessibilidade, logística, segurança, opções de lazer”, avalia. “Em Pirenópolis já estamos nos movimentando nas redes sociais e envolvendo a comunidade e os visitantes nesta enquete, um diferencial de Pirenópolis é a hospitalidade, então estamos explorando esse potencial convidando todos os amigos e turistas para votarem”, afirmou Rady.

Antenado com as inovações tecnológicas e assíduo nas redes sociais, o prefeito Nivaldo Melo saiu em campanha com os internautas. “Aqui não temos concorrência, somos cidades irmãs, onde cada uma tem seu espaço, mas não posso deixar de convocar os apaixonados por Pirenópolis a nos dar o seu voto, e divulgar nossas belezas em um concurso tão importante. O guia Curta Mais é um dos maiores veículos de comunicação, especializado em turismo, do Centro-Oeste, e estar entre os destinos preferidos do turista que visitam Goiás, nos motiva a trabalhar ainda mais por este setor, que é nossa principal atividade econômica local”, pontuou o prefeito.

A enquete estará disponível até o dia 31 de agosto na página do guia Curta Mais. E para votar em Pirenópolis é muito fácil, acesse a página do guia: www.curtamais.com.br/pesquisa, marque a opção – PIRENÓPOLIS –  desça até o final da página e clique em “VOTE AQUI”. Pronto, você já ajudou a eleger Pirenópolis a melhor cidade turística de Goiás!

Prefeitura oferece curso gratuito de pintura em tecido






Estão abertas as inscrições para o curso de pintura em tecido. O curso acontecerá de 1º a 4 de setembro, das 8h às 17h. As inscrições devem ser feitas na Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social até o dia 27 de agosto. O curso é totalmente gratuito.

Para mais informações entre em contato pelo telefone (62) 3331-3660.

Fonte site da Prefeitura Municipal de Pirenópolis

O desafio final

Os três amigos parece que precisavam de uma ocupação útil, pois viviam às voltas com passatempos e jogos sem serventia. Outro dia propuseram um desafio infantil de gravar as confissões na igreja e ainda bem que o padre descobriu o gravador a tempo. Semana passada foi descobrir qual deles conseguiria furtar o cabideiro antigo da antessala do casarões do coronel. Paulo executou a obra e só não levou uma boa surra porque seu pai interveio, falou com o homem, desculpou-se pelo grupo.
E tanto Alan quanto Pedro, os outros dois componentes, já haviam aprontado das suas. Mas eram brincadeiras sem maiores consequências, nada que tivesse uma repercursão maior. Por tudo isso passaram a chamá-los de Os três patetas. Por incrível que possa parecer, ganharam uma admiradora. Era Paloma, uma moça bonitinha e que, na verdade, estava apaixonada por Pedro e desejava apenas ficar perto dele.

— Que posso fazer para pertencer ao grupo — disse certo dia ao abordá-los.
— Não é permitido garotas entre nós — sentenciou Alan.
— Mas o que é isso, meu amigo, assim você é idelicado com a moça — adiantou-se Paulo.
— Também concordo com Alan — falou Pedro — nossas brincadeiras não são para mulheres.
— É muito simples. Vocês propõem um desafio, seu eu não conseguir cumprir, caio fora.
Não tiveram outra alternativa. E foram várias provas difíceis a que se submeteu Paloma. Bebeu aguardente com os homens da taberna, pernoitou com os mendigos da praça, correu nua pela cidade de madrugada. E saiu-se bem em todas elas. Então retornou ao grupo e impôs:
— Posso fazer parte agora? Já sou um membro?
Os rapazes se entreolharam. Seria difícil escapar daquela enrascada. E o pior é que Pedro não notava duas coisas: que a moça estava apaixonada e que Paulo notara nisso mas gostava dela. Diante do impasse, Alan pediu a palavra e propôs um desafio final. Seria algo impossível de ser cumprido. Ainda assim ela topou.
Foi de muita crueldade o que fizeram com aquela coitada. Na fazenda do pai de Alan havia uma serra onde morava uma onça recém-parida.
— Seu desafio é bem simples. Basta você ir lá e trazer para nós um filhote da onça.
— Mas isso é impossível!
— Pode ser. Mas essas é a condição para ingressar no grupo.
— Você não tiveram que fazer algo assim!
— Nós somos sócios-fundadores.
Paloma pensou por algum tempo. Olhos fixos em Pedro como quem pede ajuda. Mas ele nem percebia os sentimentos da moça. E quando todos achavam que era a desistência, foram surpreendidos com um — eu topo! Quando o Jeep parou próximo ao sopé da serra, Paulo olhou para o alto, viu a caverna onde provavelmente havia a onça e falou:
— Você não precisa fazer isso.
— Eu quero fazer. Sério, quero mesmo. O grupo de vocês é tão bom e inviolável que provavelmente morrerei só por querer ficar perto de alguém.
Dito isso, apeou e começou a subir. O três amigos ficaram lá embaixo, silenciosos, apreensivos. Paloma escalou com cuidado as pedras pontiagudas e por fim chegou à abertura da caverna. Não era um lugar muito amplo, tinha um metro quadrado de diâmetro e lá de dentro assoprava um vento quente. É o bafo da morte, pensou. Era óbvio que ela não pretendia de verdade pegar o filhote de onça, e para isso bastava dizer que o animal não estava lá. Quem iria conferir? O problema é que os três patetas ficavam ali no gargarejo o que a forçava a entrar na caverna de qualquer jeito.
Paloma segurou a lanterna com uma mão e com a outra empunhou um revólver 22 emprestado de Alan. Dentro era mais confortável porém abafado. Correu o foco de luz pelo salão e com alívio constatou que não havia onça por ali. Então era só esperar certo tempo e descer com a missão cumprida. Tudo simples, tranquilo e descomplicado, não fosse a curiosidade humana. É que a moça vislumbrou um brilho um pouco mais à frente e resolveu ir até lá conferir. De repente, algo fofo caiu atrás dela. Voltou-se com o coração aos saltos e vislumbrou dois olhos que fechavam a entrada. A lanterna caiu a se apagou, como sempre acontece em momentos assim.
Lá embaixo, Paulo se impacientava:
— Já era para ela ter voltado.
— Não se chega num lugar, pega um filho de onça e sai simplestamente. Tem que convencer a mãe a entregá-lo — falou Alan com cinismo.
— Mas você nos garantiu que não tem onça ali.
— Se toca, Pedro. Como eu posso garantir uma coisa dessas? Só falei isso porque nunca imaginei que aquela louca fosse entrar lá.
— Meu Deus — desesperou-se Paulo. Mas pelo menos ela está armada.
— Não tem balas no revólver.
— Ficou louco, Alan?
— Você acham que eu ir deixar uma mulher com uma arma carregada na mão? Além do mais, um 22 não faz nem cócegas numa animal daqueles.
Os três se entreolharam e sem palavras correram serra acima atrás de Paloma. Mas quando chegaram na porta da caverna, ouviram dois disparos contínuos e seco, e logo deram com ela que saía com dois filhotes de onça preta nas mãos. Entregou um para Pedro, outro para Paulo e disse a Alan:
— Aí está sua prenda. Tome conta porque a mãe morreu lá dentro. Eu apaguei os dois olhos.

Adriano Curado

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O milionário e o carroceiro

Tenho um amigo de longa data a quem muito prezo e com quem sempre pude contar em todos os momentos. Ele é rico, muito rico, e embora faça caridades, ajude instituições com doações generosas, ele tem um defeito monstruoso que não concordo: gosta de humilhar pessoas. Ou pelo menos gostava, depois do que ocorreu. Vou contar aqui.

O fato se deu na rodovia BR-153, entre as cidades goianas de Anápolis e Goiânia. Íamos para a capital participar de uma reunião de negócios, ele na direção da Land Rover novinha, de menos de semana de uso, ao lado a esposa que é socialite e no banco de trás eu, com um laptop no colo, dando uma última revisada no texto da minha palestra na reunião. A viagem transcorria tranquila, Tom Jobin com sua voz suave no ambiente, quando o carro dá uma freada brusca e vai para o acostamento. Assustei-me porque não prestava atenção na estrada e o computador caiu por entre minhas pernas.

— Que houve? — indaguei assustado porque achei que houvesse estourado um pneu.
— Vou curtir com a cara daquele carroceiro ali.
Ainda meio que me refazendo do susto, olhei para frente e vi a uns cinquenta metros de nós um senhor de chapéu na cabeça que conduzia uma carroça bem lentamente.

— Não faça isso — tentei convencê-lo —, deixe o pobre homem em paz.

Era o mesmo que falar com uma porta, ele não me ouvia nunca. Ficamos ali um tempinho porque a carroça não mudou o ritmo, mas quando passava por nós, meu amigo baixou o vidro do lado da esposa e disse:

— Parei aqui para dar uma olhada na sua cara de pobre. Eu sou rico, tenho este carrão aqui e você é um miserável que anda de carroça. Sinto vontade de rir da sua falta de sorte.

Eu quase derrubei a cara de tanta vergonha. Não gosto que façam isso com os outros, ninguém deve sofrer humilhações. Mas ao contrário do que pensei que ocorreria, o carroceiro não continuou a viagem. Freou a carroça, deu um tapa da aba do chapéu para trás, chupou duas vezes o cigarro de palha e depois, olhando bem demorado para seu interlocutor, respondeu:

— De fato, vejo que o senhor tem mais dinheiro que eu, mas se engana ao me chamar de miserável. Estou todo molhado porque acabei de me banhar ali no rio limpinho. O senhor já fez isso: Daqui a pouco chego em casa e a minha esposa me espera com um almoço especial que só ela sabe fazer, e ainda me recebe com um beijo. A sua esposa faz isso: Olha para o senhor. Tem que trabalhar mais que meu cavalo para dar conta de manter o carrão, os luxos da sua esposa que usa roupas caras e tem esse telefone de passar o dedo que não deve ter sido barato. Moro da minha terra, ganho pouco e gasto pouco e sou feliz assim. Não troco minha vida pela sua nem um segundo. Agora se me dá licença, vou-me embora com a minha cara de pobre porque a sua de rico perdeu o sorriso de ironia.

O carroceiro se foi na toada lenta e nós ainda ficamos um bocado de tempo ali parados, silêncio no ambiente, nem Tom Jobin cantou mais. A esposa do meu amigo quis chorar de nervosa, queria saber se o marido pensava aquilo mesmo dela, se estava sendo um fardo na vida dela.  Ele aproveitou para reclamar das ausências, do excesso de redes sociais e das festas da socialite. Eu fiquei na minha, voltei ao texto que lia.

Ou seja, perdeu a chance de ficar calado.

Adriano Curado

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Quitandaria Marta de Pina


Após três décadas de empreendedorismo, a Quitandaria Marta de Pina fechará suas portas. Tudo começou no início da década de 1980 com doces de caju em passas e o sucesso foi tanto que ela resolveu ampliar para as quitandas. O negócio deu certo e se tornou bastante rentável. Falante, comunicativa, Marta fez de seus clientes verdadeiros amigos que agora se espalham por este Brasil afora. Ocorre que Marta de Pina se tornará este ano septuagenária e não há sucessores em seu empreendimento, motivo do fim da quitandaria. Com a decisão, a partir da semana que vem não haverá mais atendimento ao público, apenas as pousadas serão atendidas por conta do compromisso assumido. Depois de tanto tempo, a placa será finalmente retirada da fachada do velho casarão.



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O tetraneto da escrava Leocádia

A família Jayme é uma das maiores de Goiás. E a sua origem é muito interessante. Segundo o historiador Jarbas Jayme, tudo começou com a nomeação do padre Luis Gonzaga Camargo Fleury (nascido na cidade de Goiás em 21/06/1793 e falecido em 29/12/1846) para presidente da província de Goiás pelo então regente padre Diogo Feijó, a maior autoridade do Brasil, à época do Segundo Império.

O respeitável historiador Humberto Crespim Borges, em sua obra O grande pacifista do Norte, conta a coragem e a inteligência do presidente da província, Luis Gonzaga Fleury. E este notável governante teve com Genoveva Maria da Soledade (Inhá Genu) 7 filhos, entre eles João Gonzaga Jayme de Sá. Mas há de se perguntar, por que o sobrenome Jayme e não Camargo Fleury? A resposta está em – por ser padre – não poderia registrar os seus filhos com o seu sobrenome. E então ele “copiou” e batizou seus rebentos com o sobrenome da nobreza que pertencia aos reis Jayme da Inglaterra.

Os primeiros Jayme.

João Gonzaga Jayme é pai do senador Luis Gonzaga Jayme, que empresta o seu nome a uma rua do Setor Campinas (Rua Senador Jayme) em Goiânia e que tivera um fim trágico, pois fora assassinado no Hotel dos Estrangeiros, no Rio de Janeiro, em 1921, pelo seu assessor no Senado quando se encontrava nu com a esposa, também nua, desse mesmo funcionário;

Frederico Gonzaga Jayme, ex-intendente municipal (prefeito) de Rio Verde, casado com Mozarta Siqueira, da família Siqueira de Goianésia (do mesmo clã do ex-governador Otávio Lage de Siqueira). Frederico foi um dos maiores genitores da história do Brasil. Entretanto era um homem honrado e generoso. Major Frederico era tudo na cidade: além de líder político era rábula, boticão, boticário e médico sem diploma. Tanto que ele fez o parto de minha avó, onde resultou à luz minha mãe! Dizem ser ele pai de mais 100 filhos – obviamente, com muitas mulheres! João Gonzaga Jayme, seu genitor, tivera também uma grande prole, inclusive, com uma ex-escrava de nome Leocádia Pereira, e só com ela teve 14 filhos… E desse relacionamento, um dos mais conhecidos, Juanito Jayme foi proprietário da Pensão Padre Rosa (hoje, Restaurante Padre Rosa, pertencente ao seu filho Ranulfo Jayme), restaurante famoso em Pirenópolis na década de 1970, onde servia mais de 40 pratos diferentes e que, pela fama, acabou recebendo a visita do então presidente Artur da Costa e Silva. Juanito Jayme era pai do não menos famoso, destemido (e temido) Agenor Jayme, um mulato de quase dois metros de altura e com mais de 150 quilos, que se mudou, ainda rapaz, para Palmeiras de Goiás. Daí a ramificação dos Jayme pretos. Houve um tempo em que se dizia que a grande família Jayme se dividia entre “Jayme dos olhos cozidos” (olhos azuis) e os Jayme pretos (descendentes de escravos). Também reza a lenda que os Jayme pretos criaram a língua dos Jayme, que consistia em falar de trás para frente, justamente para outras pessoas não entenderem. Talvez para não provocar a ira nos patrões escravistas! Então, quando queriam falar mal de alguém, diziam que o cidadão era um atup adef (pronuncia-se atupadefi) que em “jaymeês” seria “feda puta” (corruptela de filho da puta). Este dialeto ainda perpetua principalmente entre os Jayme residentes em Palmeiras de Goiás. José Sisenando Jayme, na excelente obra Pirenópolis (Humorismo e folclore), conta um feito interessante: que um dia, certo cidadão chegara na Casa de Olga Jayme em Palmeiras e a filha Leí foi recepcioná-lo. E ela gritou para mãe: chegou um “oçom” que parece “obob” e ainda é “oief”! O cidadão que acabara de chegar, de pronto atravessou: “Obob” e “oief” é você, “atupadef”! Tratava-se do Francisco Rattes, o Chico Rattes, seu primo, que morava em Rio Verde e que ela ainda não conhecia!

Além dessas curiosidades, resta a pitoresca acusação de sermos descendentes de padre.

Dos 14 filhos de João Gonzaga Jayme e da ex-escrava Leocádia, alguns deixaram sementes importantes: Castorina se mudara para Rio Verde e viria a ser a matriarca da grande família Rattes; Olga Jayme (esposa de José d’Abadia/ Zé de Rita) residiu em Palmeiras. Julieta Jayme faleceu jovem e deixou ainda na puberdade Marinho Jayme e Tília Jayme Nascimento, que por sua vez seria a minha avó materna e mãe do ex-deputado federal e conselheiro do TCE Iturival Nascimento, do ex-prefeito de Rio Verde Iron Jayme Nascimento e de minha saudosa mãe, Zaira Nascimento.
Hoje, somos milhares com o sangue de Jayme.

E, eis-me aqui, tentando escrever sobre a minha singela origem, a de um Jayme preto e tetraneto da ex-escrava Leocádia. Afora isso, deixo para a posteridade mais uma vertente da geração Jayme que é a minha filha Thaís Nader Nascimento, que por sua vez deixa uma outra nova geração, a dos meus dois netinhos Otávio e Joaquim.

(Tadeu Nascimento, cronista.)

Fonte site http://www.dm.com.br/opiniao/2015/02/o-tetraneto-da-escrava-leocadia.html

Obs.: O autor se equivoca ao apontar a Cidade de Goiás como a terra natal do pe. Gonzaga, pois ele nasceu em Meia Ponte, hoje Pirenópolis.

Para conhecer um pouco mais da biografia do padre, acesse: http://cidadedepirenopolis.blogspot.com.br/2011/01/padre-gonzaga-freury.html

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Homenagem a Terezinha Jaime


Meu dia ficou mais triste quando soube da morte de Terezinha Jaime, minha estimada professora de reforço de matemática. Eu morava na casa do Mestre Propício e em vez de seguir na rua Nova e descer a Santa Cruz, onde ela habitava, fazia o trajeto ficar mais emocionante. Então ia pelo antigo pasto do Duílio de Pina, hoje um bairro povoado e valorizadíssimo em Pirenópolis. Um pouco abaixo da casa do dr. João tinha uma porteira que a gente saltava e seguia por uma trilha em meio a capim alto, até entrar pelo quintal da professora. A casa era uma bagunça só. Vez em quando ela interrompia a aula para dar uns tapas em algum filho, depois acendia um cigarro e se sentava como se nada tivesse acontecido. Muitos anos mais tarde a gente recordava isso e morria de rir. Minha base de matemática devo a ela, uma professora paciente e sábia. Quando me contaram de seu falecimento, percebi que meu mundo havia encolhido um pouquinho mais. Minha querida professora e amiga, que Deus a receba de braços abertos porque a senhora é merecedora de muitos méritos.

Na foto a professora está ao lado de minha amiga Nayzis Lívia, a quem peço permissão para publicar a imagem.

Adriano Curado

domingo, 9 de agosto de 2015

Dia dos pais 2



Estimado pai, Luiz César da Trindade Curado, eu gostaria muito que o senhor estivesse aqui do meu lado neste dia que é seu. Queria lhe dar um abraço apertado e contar futilidades da minha vida. Queria tê-lo ao alcance do braço para poder me refugiar no porto seguro em tempo de procela. Mas infelizmente o senhor se foi para outras aventuras e eu fiquei. Um dia ainda nos reencontraremos. Por agora, fica aqui esta singela homenagem ao amigo que perdi.

Adriano Curado

Dia dos pais 1


No final da década de sessenta, era sempre assim na antiga freguesia de Santana as margens do Ribeirão das Antas (Anápolis)... uma buzina soava no início de uma das travessas do setor central fazendo bater de alegria o coraçãozinho de um menino que, mais que depressa se via correndo, de encontro ao jipinho de pedal e descia a área dos fundos daquele seu mundo rumo à grade baixa que fechava a garagem que lhe serviria de rede de proteção e freio. Ali aquele garoto sabia que, mais que ver o carro chegando, e os carros eram uma de suas preferências, ele receberia sempre, de presente, o sorriso escancarado e o abraço daquele que só não foi seu herói por falta de tempo. Aquele abraço era uma explosão derivada da confiança do menino com o prazer do homem com um pedaço seu.
Junto a essa lembrança o garoto traz consigo ainda flashes de um passeio em Guarapari, mais especificamente na praia, junto do irmão, Netto do Ulysses Jayme. Ele ainda pode sentir a água salgada do mar e os braços fortes de Zezé que o faziam superar a gravidade. Esse Zezé o garoto viu pela última vez, calando seu choro da falta, deitado num lugar de onde nunca mais voltaria. Ali a história física dos dois acabou.
Com o tempo, ouvindo sobre aquele homem, o menino transformou as lembranças daquele espírito bom em uma enorme admiração. Ele entendeu que aquele passamento estava escrito para que ele pudesse crescer.
Essa é a síntese da história de um menino feliz.

Obrigado PAI pelo pouco muito que me deu.
Usando palavras de Gilberto Gil, quisera fosse possível "mudar como Deus o curso da história" para tê-lo outra vez comigo. Espero que entenda minha falta de coragem para falar de nós e dos meus sentimentos só agora.
Esteja sempre comigo e me abençoe. Eu te amo!

Obrigado MÃE por ser o melhor pai que pude ter. Só não foi melhor pai do que é mãe.
FELIZ VIDA DE PAI!
Amo você!

Ao meu avô Wilson, PAIdrinho e aos meus tios Joaquim, Tasso, Nilson e o Maestro todo meu carinho e agradecimento por ajudarem, como pais, na minha formação.

Obrigado Capitão Bidoro pelas inúmeras histórias contadas do meu pai e por me permitir ter tido a felicidade de ser, como ele, seu amigo.

FELIZ VIDA DE PAI aos meus irmãos Ulysses e José Adriano e a todos os meus amigos e familiares!
Que Deus os abençoe!

Rogério Jayme

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Ensaio cultural sobre Pirenópolis

Pirenópolis pode se gabar dos grandes vultos que colaboraram para o enriquecimento da sua história, e também da goiana, como um todo. Mencionarei apenas alguns: Jarbas e José Jayme; Joaquim Alves; padres Gonzaga e Simeão; Veiga Valle; Tonico do Padre; Senador Gonzaga Jayme; os maestros Propício de Pina, Luiz de Aquino, Silvino e Vasco de Siqueira; dr. Brandão; Sebastião Pompeu; coronel Sá; professor Ermano; João José de Oliveira; Gedeão, Armênia e Elfrida de Siqueira; Joaquim Pompeu; José Assuério; Maria de Beni; Irnaldo Jayme; os Braz de Pina (pai e filho); Emílio de Carvalho; Tãozico Pompeu; Zezinho Dentista, Soném, Seu Moço e Nenzão; os Pina d’Abadia: Lulu, Geraldo e José.

Mas a cidade de Pirenópolis perdeu recentemente grandes colaboradores da manutenção de sua cultura. Quero citar aqui, com o perdão dos prováveis esquecimentos, as Itas, a Lopes e a Pereira; a Vera Siqueira; o Pompeu de Pina; o Bastião de Chica; a dona Santinha e o Alaor de Siqueira. Isto para mencionar apenas aqueles que há pouco se mudaram para outra dimensão. Teve também a Maria Bizé; o dr. Joaquim Lopes; a Maria Eunice; a Celuta Mendonça Teles, o Arnaldo Setti; a Naziam Brandão; o Isócrates de Oliveira; o Zé Reis; o Israel de Aquino; o Bidoro, a Marlene Fleury; o Clóvis Gomes e muitos, muitos outros.

Esses são os que se foram e deixaram seus nomes gravados na história de nossa terra. Uns se destacaram nas artes, outros no apoio à cultura e alguns foram ativistas, mas o que todos têm em comum é a doação de tempo, dinheiro ou energia à manutenção do legado cultural de Pirenópolis. São pessoas que fizeram a diferença porque deixaram seus lares, o convívio familiar, perderam dinheiro e até saúde, para que não perecessem nossas manifestações culturais.

E a reflexão a que se destina este ensaio visa incentivar a atual geração a dar continuidade ao feito. Sei que uma nova leva de ativistas culturais se esboça em nossa terra. A Séfora de Pina e o Sérgio Pompeu, por exemplo, assumiram a organização do teatro de revista “As Pastorinhas” e fizeram um trabalho muito bonito no palco. O Gerônimo Forzani dá aulas de música nos diversos instrumentos que toca, talento herdado de seus brilhantes avô (China) e bisavô (Zeco Totó), para os jovens pirenopolinos interessados em aprender. Tem também a Célia de Pina com o Museu das Cavalhadas herdado de sua, Maria Eunice.

Todas essas iniciativas são boas, mas creio que muito mais ainda pode ser feito. Talento nunca faltou à gente da Terra dos Pireneus. Dorme latente na hereditariedade do sangue um infinito potencial artístico que precisa ser exposto à luz da criatividade. Não podemos deixar cair o bastão da história justo na nossa vez, temos que encontrar modos de usarmos nosso potencial individual para agregar valores à nossa cidade. 

Minha preocupação é que estamos cada vez mais expostos à mídia, às culturas alienígenas, aos fatores de aculturação que nos rondam, à tentação de introduzir inovações onde elas não cabem. O registro eficaz de nosso folclore, por exemplo, contribuirá para evitar modificações futuras e até o esquecimento de ritos, como já aconteceu.

Muitas páginas ainda estão em branco no livro de nossa história e há espaço para escrever nele algo tão formidável que lance o nome de seu autor no panteão da imortalidade.

Adriano Curado

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Prefeitura notifica contribuintes para que regularizem seus débitos municipais

A Prefeitura de Pirenópolis, através da Secretaria Municipal de Administração e Finanças, com intuito de solucionar de forma amigável e extrajudicialmente, convoca todos os contribuintes que estão com débitos inscritos na Dívida Ativa Municipal, relativos ao período entre 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2014, a comparecer ao Departamento da Dívida Ativa e Coletoria, ambos na Secretaria de Finanças, para negociação. O contribuinte, ou seu representante, deverá estar munido de documentos pessoais (CPF e Carteira de Identidade) no máximo até o dia 31 de agosto de 2015, em horário de expediente.

O edital de notificação já se encontra disponível no Portal da Transparência – Edital de Notificação  de Dívida Ativa.

Fonte site da Prefeitura

domingo, 2 de agosto de 2015

Homenagem a dona Santinha


Este site presta aqui uma homenagem póstuma a dona Santinha, recentemente falecida. Ela era a última cantora do Mestre Propício ainda vida e tinha um grande conhecimento musical, li partitura, possuía grande conhecimento teórico. Enquanto teve forças, cantou no coro da Matriz de Pirenópolis e ajudou a dar continuidade às nossas tradições.

Adriano Curado

Rua Aurora


A rua Aurora 
de tantas histórias, 
de tantas ilustres pessoas 
e também das 
humildes e anônimas, 
a rua Aurora 
das procissões, 
dos casarões e 
serenatas ao luar, 
a rua Aurora 
onde o Bonfim 
se unia ao 
Rosário dos Pretos 
para reviver 
tradições centenárias,
a rua Aurora
onde primeiro o sol
beija a velha cidade.

Adriano Curado

Lyceu de Goiás


Documento de 1855, assinado por Dr. Vicente Moretti Fóggia, há 160 anos, relata a listagem de alunos aprovados em exames do Lyceu de Goiás daquele tempo, na gestão do Diretor Emydio Joaquim Marques, na presença de autoridades como Dr. Theodoro Rodrigues de Morais, Pe. José Militão Xavier de Barros, Pe. João Luiz Xavier Brandão, Pe. José Ribeiro Dantas de Amorim. Nessa ano, o Lyceu tinha menos de uma década de existência. Vicente Moretti Fóggia, provisionado médico, tinha importância intelectual e educacional na Cidade de Goiás. Um valioso estrangeiro, com certeza.

Bento Fleury