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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Exposição de Sérgio Pompêo de Pina


     O Museu de Arte de Goiânia (MAG) abre no dia 3.8.2011, às 20h, no Palácio da Cultura, no Setor Universitário, a exposição “Ao Divino Espírito Santo”, do artista de origem pirenopolina Sérgio Pompêo de Pina, que apresentará uma série de trabalhos em acrílico sobre tela com o tema “Festa do Divino de Pirenópolis”.

     O pintor mostrará 6 quadros que pintou com exclusividade para a exposição no MAG. Foram escolhidas também outras telas que já participaram de grandes mostras, inclusive a obra “Festa do Divino Espírito Santo. Abertura das Cavalhadas de Pirenópolis”, selecionada para Bienal Naïf (artistas que não seguem orientação acadêmica na arte que executam) 2010.

Exposição: "Ao Divino Espírito Santo", com artista Sérgio Pompêo de Pina
Abertura: 3.8.2011, quarta-feira, às 20h
Visitação: 4.8.2011 a 2.9.2011, das 8h30 às 17h30.
Local: Palácio da Cultura (Praça Universitária, Setor Universitário, Goiânia/GO).

Fonte: G1

Algumas obras de Sérgio Pompêo de Pina podem ser conferidas na Net.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

MÚSICA ERUDITA NA MATRIZ

   
     
     Você que é de Pirenópolis ou que estará na cidade amanhã, vale a pena conferir o recital que será apresentado na Igreja Matriz, com o quinteto de metais de música erudita, "Center Brass".
 
    Formado em 2010, o quinteto de metais Center Brass é um grupo residente na University of North Texas (UNT), em Denton, nos Estados Unidos. É formado por músicos doutorandos da Universidade. O grupo tem como objetivo a disseminação da música para quinteto de metais através de obras originais e transcrições do repertório clássico.

    Além de 4 norteamericanos, o quinteto tem a participação de um brasiliense (Lucas Rego Borges). Ele foi aluno da Escola de Música, formado na UnB, concluiu mestrado na Indiana University (IU-EUA) e agora faz doutorado na University of North Texas (UNT-EUA).

    Compõem o UNT Center Brass os músicos: 

  • Richard Adams e Rachel Madden: trompete
  •  Heather Suchodolski: trompa
  •  Lucas Borges: trombone
  •   Jesse Orth: tuba

    Os membros do Center Brass ocupam a posição de Teaching Fellow (professores auxiliares) na University of North Texas e atuam também como professores na região metropolitana de Dallas/ Fort Worth (EUA). Todos os membros do grupo desenvolvem intensa atividade artística na região metropolitana de Dallas e em suas regiões de origem, que abrangem desde o Winsconsin no extremo norte dos Estados Unidos até o centro do Brasil.

    Apesar de jovem, o Center Brass já acumula vários concertos em seu currículo. Dentre suas apresentações destacam-se: recital no Meyerson Symphony Center em Dallas, concertos de gala no UNT Center for Chamber Music e a participação no II Festival Internacional de Música Erudita de Piracicaba em Jullho de 2011.

Dia: 28/07/2011
Hora: 20h45min
Local: Igreja Matriz, Pirenópolis, Goiás
ENTRADA FRANCA



(fonte: www.pirenopolis.tur.br e www.agitapirenopolis.com.br)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Estamos de olho!

      Estamos de olho em tudo que se refere à preservação do patrimônio histórico e natural de Pirenópolis, além das ações que podem melhorar a vida do pirenopolino.



O casarão ainda de pé em 2010


Quantas pessoas olharam por esta janela!


     As antigas casas pirenopolinas foram construídas numa época em que não havia, por exemplo, sanitários, ou que para se acessar um cômodo, era preciso transitar por outro. Nos dias atuais, entretanto, as pessoas querem morar em construções altas e arejadas, com mais privacidade e com pelo menos um banheiro social e suítes nos quartos.



O casarão começa a desabar ainda em 2010

O telhado vem ao chão e abala a estrutura de aroeira


     Institui-se, então, uma prática triste entre alguns proprietários de imóveis antigos. Depois de comprar um casarão e constatar a inviabilidade de sua reforma para adequá-lo à modernidade, deixam ruir tudo e depois constroem uma casa nova. Isso é muito mais frequente em Pirenópolis do que se imagina. Veja o caso das casas humildes dos negros em volta da Praça do Rosário, ali onde havia a Igreja do Pretos e hoje tem um coreto feio. Elas desaparecem aos poucos da história de Pirenópolis e dão lugar a modernos bangalôs comerciais. Mas disso falarei em outra postagem.


As paredes internas de pau-a-pique estão condenadas

Visão triste do passado que se apaga

     Hoje quero usar como exemplo um imóvel cujo destino acompanho há um bom tempo neste blog e que batizei de “Tapera da Rua Matutina”. Pois é, essa tapera não existe mais. Caía aos poucos há meses, sem que seu proprietário tomasse providência alguma. Primeiro ruíram as paredes de adobe e pau-a-pique, depois os velhos esteios de aroeira, e por fim ficou lá aquele amontoado de entulhos. Até achei que seu dono não tivesse conhecimento da situação, que residisse distante etc. Mas não é bem isso que aconteceu. Recentemente limparam todo o lote e espetaram lá uma placa de “vende-se”.


O lote limpo é colocado à venda

Apenas sobraram parte do muro de adobe e um esteio de aroeira

Onde antes havia história, agora há um lote vazio

     Quem perde com essa especulação imobiliária é a história de Pirenópolis. Cada casarão que tomba é um pouquinho da cidade que desaparece. Vão ao chão muito mais que adobes e aroeiras, destrói-se o passado dos que ali habitaram, criaram seus filhos, e os filhos dos seus filhos. Uma casa como essa tem pelo menos cem anos e deveria receber o respeito a que tem direito.

      Fica o protesto deste blog Cidade de Pirenópolis e o aviso: ESTAMOS DE OLHO!


Só sobrou o velho esteio de aroeira

Adriano César Curado

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Festival Internacional de Cinema e Alimentação



Festival Internacional de Cinema e Alimentação

    Esse Festival acontecerá em Pirenópolis, entre os dias 15 a 18 de setembro de 2011, no Cine-Teatro Pireneus, localizado na Rua Direita, Centro Histórico, com entrada franca.

     Dentro da programação haverá a exibição de filme sobre a produção de cerveja artesanal no Brasil, além de palestra com Marco Falcone, proprietário de cervejaria. Após a exibição do filme O mineiro e o queijo, o cineasta Helvécio Ratton conversa com o público.

     Serão exibidos 18 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens de ficção e documentário, de países como Irã, Índia, Itália, França, Líbia, Estados Unidos, Chile e Hungria.

PROGRAMAÇÃO

Quinta-feira, 15.09.2011 – 20h: Abertura oficial com exibição dos curtas-metragens Mulheres da Terra, de Márcia Paraíso, e A Hora do Seu Geraldo, de Fernando Brito, com a presença do agricultor Geraldo.

Sexta-feira, 16.09.2011 (exibição de filmes):
– 15h30: O que traz a chuva; Seja água, meu amigo; O jantar; Gato e Rato (94’)
– 18h: Soluções locais para a desordem global (113’)
– 20h30: Histórias da Cerveja em Santa Catarina (26’) e Cerveja Falada (15’).
– Sessão seguida de conversa com o mestre cervejeiro Marco Falcone e degustação de cervejas artesanais.

Sábado, 17.09.2011 (exibição de filmes):
– 15h: As Mulheres de Zeri (50’)
– 16h: Onde o vento faz a curva (110’)
– 18h30: O pão nosso de cada dia; O Dia do Santo Banquete; Comida em memória dos mortos; Meatrix, Comida, sempre comida (100’)
– 20h30: O mineiro e o queijo (70’)
– Sessão seguida de conversa com o cineasta Helvécio Ratton e degustação de queijos tradicionais fabricados em Minas Gerais

Domingo, 18.09.2011(exibição de filmes):
– 15h: Programa 1 (94’)
– 17h: Milkbar (50’)
– 19h: Fruta do deserto; Mulheres da Terra; A Horta do Seu Geraldo (68’)

Local: Cine-Teatro Pireneus, Rua Direita, Centro Histórico da cidade de Pirenópolis/GO
Data: 15 a 18 de setembro de 2011
ENTRADA FRANCA
Informações: (61) 3343. 8891

Assessoria de imprensa 
(informações exclusivas para jornalistas): Objeto Sim
Tel: (61) 3443. 8891/ Fax: (61) 3242. 9805
Carmem Moretzsohn: (61) 8142. 0111
Gioconda Caputo: (61) 8142. 0112
Maria Alice Monteiro: (61) 9831. 5090
Roberta Timponi: (61) 9211. 1414
objetosim@terra.com.br

segunda-feira, 18 de julho de 2011

... e tomba o Salão Paroquial


     Já vai adiantada a demolição do Salão Paroquial. Praticamente quase todo os prédio já foi ao chão. E o blog Cidade de Pirenópolis faz o registro fotográfico para você, caro internauta leitor.
 
     Trata-se da primeira etapa da obra de restauração do Largo da Matriz, e em seguida virão a demolição da Praça Central e a limpeza do local. Só mais tarde é que irão construir o novo espaço paroquial e também arborizar o lugar.

     Os moradores da vizinhança é que sofrem com a poeira medonha da demolição, e alguns tentam amenizar o transtorno com água nas calçadas.












quarta-feira, 13 de julho de 2011

Festa da Capela 2011


Chegou a Festa da Capela do Rio do Peixe de 2011. Pouco procurada por turistas, é uma festividade voltada para o pirenopolino e moradores da zona rural.


Foto: sergiopompeoartenaif.blogspot.com
 
Entre os dias 18 e 26 de julho de 2011 acontece a tradicional Festa em Louva a Nossa Senhora Sant'Ana, no Povoado da Capela do Rio do Peixe.



Foto: panoramio.com

Tem missas, procissões, leilões, barraquinhas, queima de fogos, levantamento de mastro e fogueira. Boa parte de Pirenópolis vai para lá acampar durante os festejos.



Foto: panoramio.com

Quem for muito animado poderá arriscar tomar um banho no córrego Caxiri, de água gelada nesta época, capaz de curar qualquer bebedeira.


Córrego Caxiri.
Foto: panoramio.com

O corrutela está localizada a 28km de Pirenópolis, segue-se pela asfaltada GO-338 e, no Povoado da Placa, entra-se à direita, numa estradinha perigosa de terra, por 8 km até chegar à povoação.



Foto: panoramio.com

segunda-feira, 11 de julho de 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Festa do Morro dos Pireneus 2011

Foto: www.omelhordepirenopolis.com.br


     Os de fora chamam de Festa da Lua, os da cidade de Festa em louvor à Santíssima Trindade. Fato é que essa tradição teve início em 1927, por iniciativa de Cristovam José de Oliveira, que ali mandou edificar uma capela, onde no mesmo ano (18.06) foi celebrada, pelo saudoso padre Santiago Uchôa, a primeira missa, que contou com a participação de apenas 35 pessoas.
     
     Com o tempo, criou-se uma tradição entre as famílias tradicionais pirenopolinas de montar acampamento ao sopé do primeiro pico, durante a lua cheia de julho. 
     
     Ultimamente, no entanto, essa festa, que acontece dentro do Parque Estadual dos Pireneus, começou a ser frequentada por pessoas descompromissadas com o meio ambiente. A situação ficou crítica, até que, no ano passado, um incêndio que começou num dos acampamentos se alastrou e destruiu boa parte da área do parte. 

     Os órgãos ambientais queriam acabar com as festividades, a população tradicionalista se opôs e, depois de muita queda de braço, chegou-se a um acordo. Este ano o festeiro é Carlito de  Jesus Oliveira e será ele o responsável pelo cadastramento de todos que quiserem acampar no local. Uma tenda será mondada ali durante a festa para esse fim.

     Acampar ou simplesmente passar o dia na Festa do Morro é muito gratificante. Do parapeito da capelinha, tem-se uma vista maravilhosa do Planalto Central do Brasil. Quem ficar para a noite, poderá testemunhar o espetáculo sem igual da lua que nasce entremeio aos recortes do cerrado.

     Por fim, vale lembrar que existem no local duas capelas. Uma situado no cume do primeiro pico, outra no largo ao sopé, perto dos acampamentos.

PROGRAMAÇÃO

Dia 12.07.2011 - Terça-feira
* 17h00: saída da procissão da Igreja do Bonfim, para o Morro dos Pireneus
* 21h00: início do tríduo (terço católico de três dias) na Capela do Largo
* 22h00: recepção dos romeiros na Barraca do Festeiro, Carlito de Jesus Oliveira

DIA 13.07.2011 - Quarta-feira
* 19h00: segundo tríduo na Capela do Largo

DIA 14.07.2011 - Quinta-feira
* 19h00: terceiro tríduo na Capela do Largo
* 20h00: levantamento de mastro e confraternização

DIA 15.07.2011 - Sexta-feira
* ÀS 10h00: Missa na Capela do Largo
* ÀS 11h00: batizados na Capela do Largo
* ÀS 12h00 almoço na Barraca de Festeiro, Carlito de Jesus Oliveira
* ÀS 18h00: missa na Capela do Pico
* A partir das 19h00, contemplação do luar


Foto da 1ª Missa - 5.7.1927

Fonte:

* Cartaz da Festa do Morro dos Pireneus 2011

* Entrevista com Maria Jayme de Siqueira Pina (aos 88 anos de idade)

* CARVALHO, Adelmo de. Pirenópolis Coletânea 1727 – 2000 – História, Turismo e Curiosidades. Goiânia: Kelps, 2001, p. 167.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Bidoro

SÉRIE BIOGRAFIAS

SEBASTIÃO PEREIRA
(BIDORO)



     Sebastião Pereira (Pirenópolis, 14.1.1928 – 2.2.2008) foi um grande músico pirenopolino, membro da Banda Fênix, do Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário, da Orquestra Sinfônica de Goiás e fiscal arrecadador estadual de Goiás.


Em apresentação já idoso

     Conhecido como Bidoro, era o sexto de 14 filhos (8 mulheres e 6 homens) de José Pereira e Auristela Dijanira Pereira. Desde pequeno se manifestou como criança prodígio, pois subia em mesa e cadeira para pegar escondido a viola que o pai tinha dependurada na parede, com cordas de tripa, para dedilhar e assim aprender a tocar sozinho.


Bidoro ao centro, em foto de João Basílio

     Bidoro se casou com Wilmia Luzia de Pina (Mica), no dia 25.09.1954, num sábado. O casamento civil foi as 16h00 e o religioso uma hora mais tarde, com direito a banda de musica na festança. O casal teve 5 filhos, na seguinte ordem cronológica: Ana Selmia Pereira, Wilmia do Rozario Pereira de Carvalho, José Wilsom Pereira, Henrique Tadeu Pereira e Guilherme Pereira.


Em apresentação na visita de JK a Pirenópolis

     Sua mãe, Dijanira, tocava um pouco violão e, ao ver que o filho se interessava por música, ensinou para ele algumas notas. Daí para a frente, Bidoro pode ser considerado um autodidata, pois passou a dedilhar o braço do violão orientado unicamente pelo impecável ouvido. O desenvolvimento do seu dom artístico foi estupendo, e ele, curioso como era, começou a estudar sozinho a teoria musical. Seu pai, José Pereira, por ser comerciante, ia sempre a São Paulo comprar mercadorias para a loja e trazia partituras para o filho.

Bidoro na juventude


    O gênio em seu interior era impulsivo e indomável, então Bidoro o libertou, deixou que a música fluísse naturalmente pela sua alma artística. E foi assim que, sem nenhuma orientação técnica, guiado apenas pela curiosidade e pelo talento, passou a tocar, além do violão, contrabaixo, cavaquinho, gaita e bandolim, tudo de ouvido, seguindo aquela velha intuição que consagrou Pirenópolis como “o berço da música goiana”. Mais tarde, tocou rebecão por bastante tempo no coro da Igreja Matriz, nas novenas e missas solenes. Como membro da Banda de Música Fênix, tocava bombardino. Bidoro foi também membro da Orquestra Sinfônica de Goias, quando Braz Wilson Pompeu de Pina Filho era regente.


Em 1970, Bidoro toca guitarra no Conjunto Clóvis Roberto

     Quem teve o prazer de desfrutar de sua companhia engraçadíssima, sempre de bom humor e com um trocadilho na ponta da língua, não se esquece mais. Como inesquecível era também vê-lo “tocar” em uma folha de roseira, da qual tirava um som incrível, interpretando lindas canções.


Com a filha Ana Sélmia

     Quando ainda jovem, Bidoro era bastante requisitado pelos rapazes pirenopolinos, que desejavam impressionar suas amadas com belas serenatas. Então ele interpretava com seus dedos ágeis, o cancioneiro popular em moda na época, sempre com malabarismo de ritornelo entre uma posição e outra. O sucesso foi tanto que ele passou a tocar também em festas particulares nas casas.


Casa na Rua Nova onde morou Bidoro

     Certo dia, contratado para uma festa em casa de umas moças na Rua do Carmo, ele foi convidado para ir tocar. Mas como ficava sem graça, pois era só ele e o violão, seu pai, José Pereira, adaptou no braço do instrumento uma gaita, e Bidoro, sem sapato, colocou um chocalho no dedão do pé para fazer o acompanhamento. Dizem os antigos que foi um bailão animado, embora muito engraçado.


Com a família na década de 1980

     Em Pirenópolis, Bidoro se consagrou como um grande violonista, intérprete de inesquecíveis apresentações. Por esse motivo era contratado para tocar em casamentos e outras festas também em outras localidades, como Jaraguá, Goianésia, Caldas Novas, Anápolis e Goiânia. E foi esse sucesso que o levou a tocar para Juscelino kubitschek, quando era presidente da Republica e esteve em Pirenópolis, no princípio da década de 1960, ao lado de Ita e Alor de Siqueira, com quem faria uma longa parceria musical.



Bidoro, Ita e Alaor
     
     Ita e Alaor de Siqueira, após a morte de Wilson Pompeu de Pina, passaram a coordenar o tradicional teatro de revista chamado As Pastorinhas, que todo ano está inserido na programação da Festa do Divino, e Bidoro era membro efetivo da orquestra que sempre acompanhada as apresentações.



Tocando com o irmão Aleixo (acordeon) no Araguaia

     Foi contrabaixista do conjunto musical Clóvis Roberto, e também no conjunto Entre Parentes, do irmão Aleixo Pereira, grande músico ao acordeom. A convivência dos irmãos Bidoro e Aleixo era linda, eles se entendiam com um olhar quando tocavam juntos. Amanheciam o dia tocando e saboreando uma boa pinguinha. Às vezes eles discordavam nos tons, mas era muito engraçado, porque se acertavam logo. Nas reuniões da família Pereira, os dois eram a festa, Aleixo com suas piadas e Bidoro com caretas, criticando as moças feias que passavam. E vez por outra Bidoro dizia: “preciso molhar a garganta”, e dava uma talagada na pinga ou no uísque, bebidas que muito apreciava, mas sem exageros.

     Bidoro e Aleixo marcaram gerações pirenopolinas ao interpretar antigas valsas, boleros e tangos consagrados. Cantavam em dueto madrugadas adentro, invertiam as vozes, brincavam com os instrumentos. Pirenópolis tem talento de sobra!

Bidoro e Euler Amorim

     Quando Bidoro ia a alguma festa que não fora contratado ou convidado a tocar, se por ali havia um conjunto ou alguém tocando, ele dava um jeitinho de cantar ou de fazer acompanhamento no violão alheio, tamanha sua paixão pela musica. Tinha um ouvido privilegiado e notava na menor desafinação, então torcia o nariz e podia-se ler em seu olhos a vontade de intervir, mas como era extremamente educado, ficava em silêncio. Esse bom ouvido lhe dava gabarito inclusive para afinar piano.


Curtindo o Araguaia

     Para finalizar, lembro de um causo verídico que se tornou folclore em Pirenópolis. Certa vez, quando as filhas de Bidoro eram solteiras, um grupo de rapazes resolveu homenageá-las com uma serenata. Lá pelas tantas, eis que aparece o dono da casa, vestido de pijama e com uma cara enrugada. Os rapazes, apavorados, pensaram em correr, mas Bidoro os tranquilizou: “Calma, gente. Está tudo muito bom, vocês cantam bem, mas dá aqui o violão que vou afiná-lo”. Então tomou o instrumento dos moços, afinou rapidamente, devolveu e completou: “Pronto, podem continuar”. E voltou para a cama.


Bidoro, Clóvis, Aleixo, Ita e Alaor

     Bidoro era cardíaco, usava marcapasso no coração, e disso morreu, aos 80 anos bem vividos, no dia 2 de fevereiro de 2008. Deixou muita saudade em Pirenópolis e é merecedor de figurar entre os biografados neste blog.


Observações:

- Este texto é baseado na biografia que Ana Selmia de Pina, filha de Bidoro, escreveu e gentilmente me enviou. A ela, minha grande amiga, meus agradecimentos.

- As fotos aqui publicadas foram gentilmente cedidas por dona Mica, viúva do Bidoro, e pertencem ao acervo da família Pina Pereira.


Adriano César Curado