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sábado, 12 de junho de 2010

PORQUE AMO PIRENÓPOLIS


Foto: Casarão na Ponte de Pedra
Arquivo da Biblioteca Pyraí

Por que gosto tanto de Pirenópolis? Não sei ao certo. Mas há uma magia estranha nessa cidade, algo que nos traz romantismo e saudosismo, mistura capaz de tornar em poesia qualquer sentimento – puro ou não.



Foto: Casa de Câmara e Cadeia (hoje Museu do Divino)
Arquivo da Biblioteca Pyraí

Seus becos irregulares e estreitos, que serpenteiam para evitar as ruas principais, guardam na luz amarelada das candeias uma exaltação espiritual singular, limiar da afloração dos sentidos mais aguçados.




Foto: Janela de casarão no Centro Histórico
Arquivo da Biblioteca Pyraí

Nunca senti nada disso em qualquer outro lugar. Não sei se é porque tenho um certo atavismo com a cidade ou se a razão está no coração de poeta que bate cá neste peito.


Foto: Casarão na Rua do Rosário
Arquivo da Biblioteca Pyraí

Fato é que Pirenópolis tornou-se única na minha vida, e por esse motivo eu a exalto em música, contos, poemos, romances; ou mesmo no simples risco nas areias do Almas.

by Adriano César Curado

terça-feira, 8 de junho de 2010

Rua Direita antiga

 

      Nesta velha imagem (sem data) vemos um costume peculiar na Cidade de Pirenópolis. Após o casamento da Igreja Matriz, que aparece lá no fundo da fotografia, os noivos e convidados seguem tranquilamente pela rua Direita, enquanto são saudados pela população.

      Bons tempos esses!

      Note que a via pública tinha calçamento de lajes grandes, mas o mato toma conta.


Adriano César Curado

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Cavalhódromo



     O nome é horroroso. O lugar também não é lá dos mais belos, principalmente porque as imensas estruturas de concreto estão inacabadas, com vergalhões enferrujados à mostra. Toda vez que entro no Campo das Cavalhadas e vejo o mastodôntico Cavalhódromo dá vontade de sair correndo e não voltar mais.

     Dá saudades da minha infância, quando os camarotes de madeira se espalhavam pelo campo e um poeirão vermelho fazia todo mundo tossir. Naquela época, os mascarados podiam circular livremente a cavalo entre os camarotes e o campo, que era limitado apenas por uma corda, e alguns davam salvas de tiro de festim para alegrar ou assustar.


     Os camarotes eram baixos, e a gente podia facilmente comprar algodão doce, pipoca ou churrasquinho diretamente do vendedor lá embaixo. Bom também para os amigos que passavam distraídos, viam nosso camarote e subiam para um bate-papo ou para degustar as guloseimas exageradas que levávamos.

     Época boa aquela!


     Embora saiba que a quantidade de pessoas ali aglomeradas pede maior infraestrutura, acredito que faltou um estudo prévio de impacto da obra atual. Há todo um contexto por detrás da Festa do Divino e isso não foi observado.

     Ao assistir as Cavalhadas de 2010, constatei que o Cavalhódromo já ficou pequeno por conta tanta gente no campo. Não há mais espaço para turistas e pirenopolinos. Vi estupefato as arquibancadas abarrotadas de gente, no extremo da segurança, enquanto uma fila de ansiosos transeuntes aguardavam na entrada. E o que é pior, não há mais como expandir.


     Comecei esta matéria propositalmente com respingos de saudosismos e terminei na ineficiência da obra. Fiz isso para mostrar como governos não planejam sua ações com a visão no futuro, e tudo é imediatista quando se fala em obras públicas. Se houvesse mais participação popular, uma entrevista com quem entende da festa e a pensa com olhos no amanhã, poderia ter sido melhor aproveitado o espeço.

Adriano César Curado

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